O neurocientista Daniel Martins-de-Souza disse que o Departamento de Neurologia da universidade vai monitorar pacientes que tiveram a doença pelos próximos três anos para saber se males como ansiedade e depressão vão passar com o tempo ou perdurar. De acordo com o especialista, 81 pacientes examinados tiveram mudança significativa da espessura do córtex cerebral 50 dias depois do diagnóstico positivo, o que também afetou a capacidade cognitiva.
Link para áudio do Jornal da CBN, da CBN Notícias, com entrevista de Daniel Martins-de-Souza, professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, sobre estudo brasileiro que comprova que o vírus SARS-CoV-2 é capaz de infectar células do tecido cerebral, tendo como principal alvo os astrócitos. Os resultados revelam ainda que mesmo os indivíduos que tiveram a forma leve da COVID-19 podem apresentar alterações significativas na estrutura do córtex – região do cérebro mais rica em neurônios e responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem. A investigação foi conduzida por diversos grupos da Unicamp e da USP – todos financiados pela FAPESP por meio de quatro Auxílios à Pesquisa – Regular, Bolsa de Mestrado no país, Programa Equipamentos Multiusuários e Projeto Temático, e participação de pesquisadores vinculados ao Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias, Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia, e Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades, CEPIDs apoiados pela Fundação. Também colaboraram pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)