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Pesquisadores da Unesp desenvolvem selo de denominação de origem para filé de tilápia (13 notícias)

Publicado em 02 de fevereiro de 2025

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram dois protocolos que viabilizaram a criação de um selo de denominação de origem para o filé de tilápia produzido no reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, localizado na região sudoeste de São Paulo, na divisa com o Paraná.

O projeto foi realizado em parceria com instituições de pesquisa nacionais e internacionais, empresas e órgãos governamentais, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A pesquisa foi conduzida no município de Fartura (SP), um dos 15 banhados pelo reservatório, escolhido devido à estabilidade do regime hídrico, que se mantém mesmo em períodos de estiagem.

Certificação e protocolos de produção

Para validar a exclusividade do produto, foi criado o selo “Filé de Tilápia Chavantes” , registrado como marca mista de certificação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Segundo Guilherme Wolff Bueno, professor da Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira (FCAVR/Unesp) e coordenador do estudo, a certificação garante autenticidade e valor de mercado ao produto.

Os produtores interessados no selo precisam seguir dois protocolos estabelecidos pelos pesquisadores:

Protocolo de manejo : define as condições ideais para a criação dos peixes, incluindo densidade de animais por tanque-rede, composição nutricional da alimentação e qualidade da água.

Protocolo de qualidade do filé : estabelece padrões mínimos a serem atingidos, baseados em análises químicas e metabólicas do produto.

Com esses dados, os produtores podem elaborar um “caderno de especificação”, documento necessário para a certificação junto ao Inpi.

Indicação geográfica e impacto no setor

A certificação se enquadra na categoria de denominação de origem , um dos dois tipos de indicação geográfica existentes no Brasil. Essa classificação é concedida a produtos cujas características específicas resultam diretamente do meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.

Segundo os pesquisadores, a metodologia pode ser aplicada a outras regiões do Brasil para a criação de novos selos de denominação de origem na aquicultura. Atualmente, não há protocolos específicos para auxiliar produtores na obtenção dessas certificações no país.

O projeto integra a iniciativa “Plataforma IoT de predições da capacidade de suporte bioeconômica e serviços ecossistêmicos sob diferentes cenários climáticos, zootécnicos e financeiros de fazendas aquícolas em ambiente neotropical” , e foi conduzido por Tavani Rocha Camargo e Guilherme Wolff Bueno.

Redação com informações do Poder 360