Professores pesquisadores, pós-doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) participam amanhã e terça-feira da Reunião Anual dos Usuários do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, um dos mais sofisticados centros de pesquisa do Brasil, único no Hemisfério Sul e totalmente construído por brasileiros. Entre as muitas linhas de pesquisa desenvolvidas neste importante centro internacional, os pesquisadores estão envolvidos no Projeto Genoma Estrutural, também conhecido pela sigla SmolBioNet (Structural Molecular Biology Network), uma rede de pesquisadores que contam com profissionais da USP, Unicapm, Unesp, Unifesp. Instituto Butantã e vários outros centros de pesquisa do Estado de São Paulo. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O projeto dos pesquisadores da UMC, ligados ao Centro Interdisciplinar de Investigação Bioquímica (CIIB), procura estudar a estrutura das proteínas que participam em um importantíssimo sistema fisiológico cuja descoberta teve participação fundamental de muitos brasileiros, entre eles o cientista Maurício Rocha e Silva.
Esse sistema fisiológico chama-se Calicreínas-Cininas. O nome é estranho, mas tem explicação. As palavras têm raízes gregas, kallikras significa "pâncreas". porque essa proteína foi primeiro purificada a partir desse órgão. Já cininas vem de kinesis, o mesmo que movimento, porque originalmente, na descoberta dessas substâncias, mostrou-se que elas produzem movimento nos músculos do intestino Hoje sabe-se que as cininas são substâncias do organismo que participam no controle da pressão arterial, coagulação, dor, inflamação, reações alérgicas, funcionamento dos rins, evolução dos tumores e obesidade. Portanto são de grande importância para a saúde humana. Os pesquisadores da UMC e seus colaboradores procuram determinar a estrutura das moléculas que produzem as cininas, como as calicreínas, e também das moléculas sobre as quais as cininas agem, chamadas de "receptores das cininas".
Neste trabalho, a luz de alta pureza e intensidade, produzida no LNLS, sob forma de raios-X, ultravioleta e outras radiações, é fundamental para determinação das estruturas das moléculas, mostrando como os átomos se arranjam (e são milhares de átomos) para formar essas substâncias.
Participam do projeto, além dos pesquisadores já citados: Felipe Castellani Gomes dos Reis - estudante em Iniciação Científica da UMC com bolsa da FAPESP: Maurício Ferreira Marcondes Machado - aluno do Mestrado em Biotecnologia da UMC com bolsa da FAPESP; Carlos Eduardo Pereira de Mello- que faz Iniciação Científica com Bolsa da UMC/FAEP: Vitor Marcelo SBB de Oliveira - pós-doutorando na UMC com bolsa FAPESP e Cláudio Miguel da Costa Neto - bolsista do Programa Jovem Pesquisador em Centro Emergente da FAPESP.
O professor e pesquisador Ronaldo de Carvalho Araújo e o Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão Jair Ribeiro Chagas são os responsáveis pelo projeto na UMC, contando ainda com parceiros da UNIFESP.
LABORATÓRIO TEM LUZ SÍNCROTRON
Os ingredientes básicos dos materiais - os átomos e as moléculas - são estudados no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Desde 2 de julho de 1997,no LNLS em Campinas. Estado de São Paulo, funciona a única fonte de luz síncrotron existente em todo o Hemisfério Sul. O equipamento foi desenvolvido e é operado por brasileiros. A fonte de luz síncrotron permite aos cientistas utilizar potentes feixes de raios-x ou ultravioleta em experiências que buscam desvendar mais conhecimentos sobre os materiais, a estrutura dos átomos e das moléculas, até das proteínas que fazem parte dos seres vivos. Estas informações são fundamentais para compreendermos o funcionamento da vida, as alterações que provocam doenças e o planejamento de medicamentos mais eficazes. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) é operado pela Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS), uma Organização Social, mediante um contrato de assinado com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), conduzindo projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Confira mais informações na página http://www.lnls.br/info.htm
Notícia
O Diário (Mogi das Cruzes)