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Pesquisadores da UFPE descobrem nova espécie de camarão no litoral nordestino (10 notícias)

Publicado em 19 de julho de 2024

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriram uma nova espécie de camarão-de-estalo habitante de recifes de coral do litoral nordestino.

Batizado de Alpheus coralvivo , o crustáceo foi encontrado em cavidades do esqueleto calcário do coral de fogo e no interior de cascalho de coral presentes na costa sul da Bahia e no Rio Grande do Norte.

“Essa descoberta amplia os dados da biodiversidade animal conhecida no Brasil e no mundo, e também auxilia nos estudos de preservação das espécies marinhas”, afirma a pesquisadora Patricia Souza dos Santos, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBA) da UFPE.

Patricia é uma das autoras do artigo “Morfologia e evidências moleculares revelam diversidade oculta entre camarões-de-estalo do grupo Alpheus obesomanus (Decapoda: Alpheidae) com a descrição de uma nova espécie no Brasil” (em tradução livre), publicado na revista científica neozelandesa Zootaxa

Conforme detalha o artigo, a nova espécie foi identificada após a análise de material coletado manualmente e por meio de mergulho, em profundidades de até 12 metros, na região de recifes de coral de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Abrolhos, na Bahia; e de Parrachos de Maracajaú, no Rio Grande do Norte.

A partir de minucioso estudo morfológico dos camarões -de-estalo encontrados no litoral nordestino, da comparação com espécies próximas e da análise de material genético, foi possível para os pesquisadores reconhecer a existência da nova espécie.

“O registro de uma nova espécie já é um fato, em si, importante. Muito mais quando se trata do ambiente marinho, que ainda é pouco explorado em relação ao terrestre. A cada pesquisa são reveladas novidades para a ciência”, afirma Patricia Souza.

O crustáceo foi batizado de Alpheus coralvivo em homenagem ao Projeto Coral Vivo , iniciativa que contribui há mais de duas décadas para a preservação e conservação das comunidades marinhas, em especial, dos recifes de coral.

“A descoberta dessa nova espécie representa mais uma contribuição da pesquisa básica para o conhecimento do patrimônio da biodiversidade brasileira”, afirma Alexandre Oliveira de Almeida, docente do PPGBA/UFPE e orientador do estudo, que vem sendo desenvolvido por Patricia desde o trabalho de conclusão de curso (TCC) dela na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, na Bahia.

“Refinar o conhecimento sobre nossa biodiversidade é o passo mais fundamental que existe para que possamos preservá-la, pois só podemos preservar o que conhecemos”, completa o pesquisador, que integra o Laboratório de Biologia de Crustáceos (LBC) , do Departamento de Zoologia da UFPE.

A pesquisa foi desenvolvida no LBC em parceria com os laboratórios de Carcinologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Biotecnologia e Sistemática de Crustáceos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP) e de Genômica Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Também foram realizadas visitas às coleções de crustáceos do Museu de Zoologia (USP), do Museu Nacional (UFRJ) e do Smithsonian Institution, em Washington (EUA).

O trabalho contou com o apoio de agências de fomento como Facepe (APQ-Facepe), CNPq (Edital Universal) e FAPESP (Projeto Biota FAPESP), bem como de bolsa de doutorado da Capes. Além de Patricia, o artigo publicado na Zootaxa tem como autores Alexandre O. Almeida (UFPE), Mariana Terossi (UFRGS), Fernando L. Mantelatto (FFCLR/USP) e Rodrigo A. Torres (UTFPR).

Da assessoria da UFPE