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Pesquisadores criam sensor de baixo custo que detecta metais pesados ​​no suor (55 notícias)

Publicado em 23 de janeiro de 2023

23 de janeiro de 2023 (Notícias do Nanowerk) Metais pesados ​​como chumbo e cádmio estão presentes em baterias, cosméticos, alimentos e outras coisas que fazem parte do dia a dia. São tóxicos quando se acumulam no organismo humano, podendo causar diversos problemas de saúde, mas detectá-los em fluidos corporais requer equipamentos caros e um ambiente laboratorial controlado. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) no Brasil já desenvolveram um sensor portátil feito de materiais simples para detectar metais pesados ​​no suor, que é facilmente amostrado. A pesquisa foi apoiada pela FAPESP (projetos 16/01919-6 e 16/06612-6) e envolveu grupos dos Institutos de Física (IFSC) e Química (IQSC) de São Carlos, além de colaboradores da Universidade de Munique, na Alemanha e Chalmers University of Technology na Suécia. Os resultados são publicados em um artigo na revista quimiossensores (“Projeto e fabricação de sensor de cobre flexível decorado com micro/nanodentritos de bismuto para detectar chumbo e cádmio em amostras não invasivas de suor”).Sensor de cobre flexível feito de materiais comuns: fita adesiva de cobre condutora, folha de filme transparente, etiqueta de papel, verniz para unhas, solução para fabricação de circuitos e acetona. (Imagem: Anderson M. de Campos) “Conseguimos informações importantes sobre a saúde de uma pessoa medindo sua exposição a metais pesados. Altos níveis de cádmio podem levar a problemas fatais nas vias respiratórias, fígado e rins. A intoxicação por chumbo danifica o sistema nervoso central e causa irritabilidade, comprometimento cognitivo, fadiga, infertilidade, hipertensão em adultos e atraso no crescimento e desenvolvimento em crianças”, disse Paulo Augusto Raymundo Pereira, último autor do artigo e pesquisador do IFSC-USP . Os seres humanos eliminam metais pesados ​​principalmente no suor e na urina, e a análise desses biofluidos é uma parte fundamental dos testes toxicológicos, bem como do tratamento. “O mundo precisa de sensores flexíveis que sejam produzidos em massa de maneira fácil, barata e rápida, como o nosso dispositivo, para detecção no local, monitoramento contínuo e análise descentralizada de compostos perigosos”, disse ele. Ao contrário de outros testes padrão-ouro para detecção de metais pesados ​​em biofluidos, o sensor é simples em relação aos materiais utilizados em sua fabricação e às etapas de sua produção. “A base do aparelho é polietileno tereftalato [PET], sobre o qual está uma fita adesiva flexível de cobre condutora, uma etiqueta daquelas que se compra em papelaria, com o sensor impresso, e uma camada protetora de prego verniz ou spray. O cobre exposto é removido por imersão em solução de cloreto férrico por 20 minutos, seguida de lavagem em água destilada para promover a corrosão necessária. Tudo isso garante velocidade, escalabilidade, baixo consumo de energia e baixo custo”, disse Robson R. da Silva, pesquisador da Chalmers University of Technology, na Suécia, e coautor do artigo. O dispositivo é conectado a um potenciostato, um instrumento portátil que determina a concentração de cada metal medindo as diferenças de potencial e corrente entre os eletrodos. O resultado é exibido em um computador ou smartphone usando o software aplicativo apropriado. O sistema é simples o suficiente para ser utilizado por não especialistas sem treinamento, bem como técnicos em locais como hospitais, clínicas e consultórios médicos. O dispositivo também pode ser usado em vários tipos de situação de gerenciamento ambiental. “Os poços artesianos, por exemplo, são regulamentados e exigem monitoramento constante para analisar a qualidade da água. Nosso sensor pode ser extremamente útil nesses casos”, disse Anderson M. de Campos, primeiro autor do artigo e pesquisador da Universidade de Munique, na Alemanha.

Refinamentos e possível patente

O desempenho do sensor na detecção de chumbo e cádmio foi avaliado em testes com suor artificial enriquecido em condições experimentais ideais. Adaptações são necessárias antes que o dispositivo possa ser patenteado. “Até a invenção ser finalizada, não encontramos relatos de sensores de cobre flexível sendo usados ​​para detectar metais tóxicos no suor, mas uma busca de anterioridade provavelmente revelaria algo semelhante, potencialmente bloqueando um pedido de patente”, disse Marcelo L. Calegaro, o outro coautor do artigo e pesquisador do IQSC-USP. Para evitar esse problema, ele está trabalhando em refinamentos e aplicações adicionais. Uma ideia seria substituir a etapa de corrosão, que produz resíduos, pelo corte em uma máquina de papel. Outra seria usar o mesmo tipo de aparelho para detectar agrotóxicos na água e nos alimentos.