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Pesquisadores criam biossensor para detectar câncer de pâncreas (1 notícias)

Publicado em 01 de outubro de 2018

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), do Hospital de Câncer de Barretos, e a Universidade do Minho, de Portugal, criaram um biossensor capaz de diagnosticar precocemente o câncer de pâncreas, considerado um tipo de tumor raro no Brasil, porém altamente letal por ter sintomas que demoram para aparecer e quando dão sinais indicam que a doença já está em estágio avançado, tornando o tratamento mais difícil.

Segundo informações da Fapesp, que apoia o projeto, os cientistas construíram um dispositivo de baixo custo que consegue de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas com alta sensibilidade e seletividade. “Conseguimos fazer um biossensor de baixo custo que demonstrou ser capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas em amostras reais de sangue e de células tumorais em uma faixa de relevância clínica”, disse um dos criadores do marcador e professor do IFSC-USP, Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

De acordo com a Fapesp, o dispositivo é formado por duas lâminas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), compostas por ácidos e anticorpos que reconhecem o antígeno CA19-9, proteínas existentes nas células cancerígenas. “O antígeno CA19-9 não é completamente específico para detecção de câncer de pâncreas. Pacientes com pancreatite (inflamação do pâncreas) também podem apresentar alteração na produção dessa proteína”, explicou Oliveira Junior.

Atualmente a detecção do CA19-9 é feita por meio do teste Elisa, que é um exame de sangue de alto custo e sensibilidade limitada, sendo difícil para detectar câncer de pâncreas em estágio inicial. “Produzimos o imunosensor com arquitetura mais simples possível para imobilizar anticorpos da proteína CA19-9. Para conseguir obter alta sensibilidade ao antígeno, a arquitetura de imunossensores que foi desenvolvida antes era mais complicada, utilizava mais materiais e tinha mais etapas de construção”, explicou Oliveira Junior.

Segundo o pesquisador, os resultados dos testes mostram que já é possível utilizar o imunossupresor na prática, mas há dois desafios: o de produzir os dispositivos em larga escala com os mesmos resultados e as análises de dados gerados pelos testes para estabelecer os padrões de detecção.

“Essas análises poderão ser feitas por meio de técnicas de computação, que permitem visualizar os dados em gráficos, e de seleção de atributos, que possibilitam escolher parte de um sinal gerado pelos testes para fazer distinções de padrões. Esse trabalho exigirá pesquisas com a participação de cientistas da computação”, disse.