Notícia

SP RIO MAIS

Pesquisadores capturam encontro de raio com para-raio em SJC e registro chama atenção fora do país (148 notícias)

Publicado em 29 de março de 2023

ADC News Jornal Floripa Jornal Floripa Jornal Floripa Portal R3 Leal Junior Tecmundo Blog da Amazônia O Guia da Cidade Planeta online Canaltech Jornal da Ciência online Meon Blog Jornal da Mulher Tudo é Espanto Revista Fórum online Física Fascinante SBNotícias São Bento em Foco Mix Vale Brasil em Folhas online Gizmodo Brasil Gizmodo Brasil Grupo Rio Claro SP CGN Saber Atualizado Saense Muzambinho.com Jornal Integração Yahoo! Finanças MancheteNet Head Topics (Brasil) Head Topics (Brasil) Head Topics (Brasil) Revista Comunhão online Prime News Paulopes Portal GMC Online Seja Hoje Diferente Plantão dos Lagos Realidade Simulada Portal Gilberto Silva Conexão Jornalismo 18 Horas Notícia Preta MaisConhecer.com Toda Palavra online Jornal Ciência RP10 Blog da Cris Policiamento Inteligente Jornal de Itatiba online BSB Notícias SoCientífica Yahoo! Vida e Estilo Tempo.com DF na Mídia Terra Brasil Notícias AFPESP - Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo Portal Gazeta Gospel Portal BIDS - Base Industrial de Defesa e Segurança Tecno Insider Infofix Real Radio Tv Brasil MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Acre Agora Acre Agora Portal de Pinhal Blog O Cubo Folha de Florianópolis Informativo Plácido Portal Brasil Norte Edição Norte Aracaju Agora Notícias Spiai.com Notícias do Brasil Notícias do Brasil Guia Medianeira Revista Sociedade Científica Portal Cruzaltense Programadores Brasil VNExplorer VNExplorer Mundo Conectado O Debate 24 Horas Alternativa 104.9 FM (Candiba, BA) JGM Publicidades Portal Cidade Dourados Jornal Cidade Metropolitana online MT POST Tribuna de Imprensa Sampi Buobe Águia Notícias Tudo ao Vivo Tudo ao Vivo GN Notícias Portal Uauá Silvestre Gorgulho O Seu Jornal Fontoura Notícias The Titi Tudorancea Bulletin Brasil Verde Amarelo Brasil Verde Amarelo Jornal Publicação Ubiratã News Emerson Tormann Fai Informazione (Itália) Multiverso Notícias Blog Segurança de Dados Portal Toca News Fatos e Fotos News Farolguia.com Esfera Ciência Notícias Receiteria Red Brasil Fato Novo

Cientistas do INPE e do NMT, nos Estados Unidos, gravaram raro vídeo do fenômeno e voltaram os olhos da comunidade científica e de jornais como o The New York Times para a cidade.

Por meio de um estudo de observação de raios em zonas altamente povoadas, Pesquisadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) conseguiram um raro registro do encontro entre um raio e um para-raio durante uma tempestade em São José dos Campos.

A demonstração em fotos e vídeos do fenômeno chamou a atenção de cientistas e voltou as atenções da comunidade internacional para a cidade, que foi destacada em textos dos jornais The New York Times (EUA) e El Espectador (Colômbia) .

Impressionantes, as imagens em “slow motion” foram feitas com uma câmera Phantom V2012 (que captura cerca de 40 mil quadros por segundo) instalada no alto de um edifício joseense a aproximadamente 150 metros do “ponto de encontro”.

Trecho da gravação dos pesquisadores do INPE, de 2021, alguns momentos antes da conexão dos raios e para-raios no topo dos edifícios em São José (Foto: Reprodução/Marcelo Saba e Diego Rhamón)

Os para-raios são compostos por uma haste com pontas, geralmente feitas de metais como alumínio ou cobre, e são colocados no ponto mais alto dos prédios para atrair os raios.

Quando um raio atinge uma construção, ele preferencialmente passa pela haste – o caminho de menor resistência – e depois por fios conectados ao solo, protegendo o edifício e todo o seu interior das altas correntes elétricas geradas.

Estas descargas elétricas que os raios carregam costumam ser tão rápidas que é difícil observar quando houve o desvio do raio em direção ao para-raios. Por conta disso é que o feito dos pesquisadores é tão grandioso.

A equipe do projeto, que publicou um artigo com uma ampla explicação sobre o caso em dezembro do ano passado na revista Geophysical Research Letters , foi composta por Marcelo Saba e Diego Rhamon da Silva , ambos do INPE, além de John Pantuso e Caitano da Silva , do Instituto de Mineração e Tecnologia do Novo México (NMT), nos EUA.

Assista ao vídeo do encontro entre raio e para-raio em São José

A captação das imagens foi realizada em 2021 e mostra nitidamente os momentos que antecedem a conexão entre raio e a descarga emitida pela haste do para-raio (algo em torno de 25 microssegundos), quando um clarão toma conta do céu.

A partir dos registros, o grupo pôde verificar detalhes que jamais haviam sido notados anteriormente em relação ao fenômeno e entender melhor a atuação dos para-raios.

Como as descargas elétricas acontecem

Antes de entender quais foram as conclusões do estudo e o que pôde ser observado com os frames dos momentos antes do encontro definitivo entre raios e para-raios em São josé, é importante contextualizar como funciona uma descarga elétrica.

Em resumo, o fenômeno ocorre quando há um desequilíbrio de cargas elétricas em um determinado ponto.

Essas cargas elétricas podem se acumular em um objeto ou em uma nuvem, por exemplo. Quando a diferença de potencial elétrico entre esses pontos atinge um limite crítico, ocorre uma descarga elétrica.

Durante uma tempestade com raios, a atmosfera fica carregada eletricamente, e isso pode causar um desequilíbrio de cargas entre a nuvem e o solo.

No momento em que a diferença de potencial elétrico entre esses pontos fica muito alta, então é gerada uma descarga elétrica, que nada mais é do que o próprio raio.

O que é um raio

O raio é uma descarga elétrica muito forte que viaja da nuvem até o solo e pode também ser acompanhado por trovões.

A eletricidade percorre o caminho de menor resistência, por isso o raio geralmente atinge o objeto mais alto ou mais condutor em uma determinada área.

É por isso que as pessoas são orientadas a evitar ficar em áreas abertas durante uma tempestade, pois são locais que atraem raios.

As etapas de um raio

De acordo com o INPE, a primeira etapa de um raio (propagando no sentido nuvem-solo) é chamada de líder escalonado.

“Sobre a influência do campo elétrico estabelecido entre a nuvem e o solo, as cargas negativas (elétrons) do líder escalonado se movem em etapas de dezenas de metros de comprimento. Cada etapa tem uma duração típica de um microssegundo, com uma pausa entre elas de 50 microssegundos. Após alguns milissegundos, o líder escalonado surge da base da nuvem, movendo-se em direção ao solo”, explica o instituto.

As ramificações que observamos nas extremidades dos raios relâmpagos, parecidas com galhos em árvores, são formadas porque algumas cargas seguem novos caminhos ao longo do movimento em direção ao solo por influência de cargas na atmosfera ao redor do canal.

As cargas no canal movem-se rumo ao chão em etapas com uma velocidade média de cerca de 100 quilômetros por segundo.

Este movimento produz uma fraca luminosidade em uma região com diâmetro entre 1 e 10 metros ao longo do qual a carga é depositada.

“À medida que as cargas do líder se propagam ao longo do canal rumo ao solo, variações de campo elétrico e magnético são também produzidas. Ao todo, um líder escalonado transporta 10 Coulomb de carga (ou mais) e alcança um ponto perto do solo em dezenas de milissegundos, dependendo da tortuosidade de seu caminho. A corrente média do líder escalonado é de cerca de 1 kA e é transportada em um núcleo central do canal com alguns centímetros de diâmetro”, diz explicação do INPE.

Encontro entre raio e para-raio: resultados e conclusões do estudo

Nomeado “Close View of the Lightning Attachment Process Unveils the Streamer Zone Fine Structure” (em português, “Visão aproximada do processo de anexação do Lightning revela a estrutura fina da zona de streamer”), o estudo base do registro da conexão entre raio e para-raio em São José levou a uma série de atualizações com relação ao que se sabe sobre o fenômeno.

Com a gravação e as fotos tiradas durante a tempestade puderam ser observados um total impressionante de 31 canais precursores de raios (os chamados líderes), lançados dos para-raios dos edifícios em uma tentativa de interceptar os líderes negativos que vinham das nuvens.

As descargas elétrica emitidas pelos para-raios se propagaram quase em linha reta, não se ramificam e exibem uma “pincel corona” (descarga masi tênue na extremidade da líder) uniformemente luminosa em suas pontas.

Em contraste, os líderes negativos que descem das nuvens apresentaram ramificações significativas e numerosos filamentos (chamados streamers) saindo de suas pontas.

As imagens de alta velocidade e alta resolução obtidas também revelaram que, em alguns casos, as lideres negativas apresentam uma formação luminosa com cerca de 2 metros de comprimento e distância em torno de 4 metros do canal principal.

“Essas observações consistem em um dos raros avistamentos dessas formações luminosas conhecidas na literatura revisada por pares como “troncos espaciais”. Entende-se que os caules espaciais desempenham um papel fundamental na propagação escalonada de líderes negativos. Nessas observações, parece que eles dificultam a propagação do líder, fazendo com que o líder de conexão ascendente intercepte um ramo descendente diferente, que originalmente estava mais distante do ponto de impacto”, esclarece o estudo.