Pesquisadores brasileiros têm produzido arte a partir de nanopartículas de materiais cerâmicos. A iniciativa, que começou com um simples experimento e foi batizada de projeto "Nanoarte", inclui exposições de fotos e vídeos.
Segundo Antonio Carlos Hernandes, professor do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), a proposta do projeto é popularizar o nanomundo dos materiais e estimular a curiosidade científica a partir das imagens obtidas em microscópio eletrônico de altíssima resolução.
Os pesquisadores são do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), ligado à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), e do Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).
As pesquisas desenvolvidas no CMDMC e no INCTMN procuram obter nanopartículas e materiais nanoestruturados para diversas aplicações. Os projetos desenvolvidos são voltados para áreas como odontologia e indústria de plásticos (nanocompósitos).
As imagens, feitas em preto e branco, são selecionadas e catalogadas. Em seguida, são coloridas por um programa de computador.
As primeiras exposições de fotos começaram no ano passado em alguns centros culturais de São Carlos. Durante as exposições, um monitor explicava os princípios da nanotecnologia. Mas, como a ideia inicial era apenas popularizar o conhecimento científico sobre nanotecnologia, não havia no projeto um objetivo pedagógico.
Com trilha sonora de música erudita, os vídeos compõem hoje a série "Nanociência e Nanotecnologia: o tempo da nanoarte". Os DVDs do projeto Nanoarte estão disponíveis aos interessados e podem ser adquiridos gratuitamente. Os pedidos devem ser encaminhados para os e-mails dos professores Hernandes (hernandes@ifsc.usp.br) ou Elson Longo (elson@iq.unesp.br).