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Pesquisadores brasileiros fizeram uma incrível descoberta: uma bactéria capaz de converter lixo plástico em bioplástico (63 notícias)

Publicado em 03 de fevereiro de 2025

Pesquisadores brasileiros descobriram bactérias capazes de transformar plástico em bioplástico, oferecendo uma solução eficiente para o material.

A quantidade crescente de lixo no planeta tem se tornado um dos maiores desafios ambientais. Pensando em formas de solucionar esse problema, pesquisadores brasileiros identificaram uma bactéria que possui capacidade de decomposição do plástico, especialmente o PET, presente em garrafas e embalagens. Essa bactéria transforma o plástico em bioplástico, oferecendo uma solução mais sustentável e de alta qualidade.

A descoberta pode revolucionar a maneira como lidamos com o lixo plástico e abrir portas para a produção de novos materiais, como o bioplástico, úteis na fabricação de embalagens e em aplicações biomédicas.

O estudo sobre a bactéria e a contribuição dos pesquisadores

A pesquisa que levou à descoberta da bactéria BR4 foi realizada com o apoio da FAPESP e teve a liderança do pesquisador Fábio Squina, da Universidade de Sorocaba.

O estudo, publicado na revista Science of The Total Environment , mostra como uma bactéria consegue decompor o plástico de forma eficiente e transformá-lo em bioplástico.

Imagem: Fábio Squina/Uniso

Esse bioplástico, ao contrário do reciclado, possui alta qualidade, podendo ser usado em diversos setores, como na produção de embalagens e até em aplicações biomédicas.

O trabalho dos pesquisadores é um avanço importante para diminuir o impacto do lixo plástico no meio ambiente e encontrar alternativas mais eficazes para a reciclagem do plástico.

Como funciona a transformação do plástico em bioplástico pela bactéria?

Para entender como uma bactéria transforma o plástico em bioplástico, uma pesquisa analisou solos contaminados com plástico, onde foram identificadas comunidades microbianas que tinham capacidade de decomposição, como o PET.

A bactéria Pseudomonas sp. BR4 se destacou por sua habilidade de não apenas decompor o plástico PET, mas também de gerar polihidroxibutirato (PHB), um bioplástico altamente resistente e flexível.

Esse bioplástico gerado pela bactéria BR4 pode ser utilizado na fabricação de embalagens e em diversas outras aplicações.

O bioplástico, quando enriquecido com hidroxivalerato (HV), torna-se ainda mais útil, ganhando propriedades ideais para o uso em setores como o de embalagens sustentáveis ​​e o biomédico.

Além disso, o estudo detalha como as bactérias realizam esse processo de fabricação e produção de bioplástico.

Ao sequenciar o genoma de 80 bactérias, os pesquisadores procuram identificar as vias metabólicas e os mecanismos de transporte que as bactérias utilizam para degradar o plástico e converter esse material em bioplástico.

Esse conhecimento é essencial para o aprimoramento do processo e para possíveis aplicações em outros tipos de plásticos, não apenas o PET.

Desafios para a biodegradação do plástico

Embora o estudo tenha mostrado resultados promissores, os pesquisadores ainda enfrentam desafios.

Embora a bactéria BR4 seja resistente na degradação do PET e na geração de bioplástico, mais pesquisas são úteis para aprimorar a técnica e expandir suas aplicações para outros tipos de plástico.

O potencial da bactéria não se limita ao PET, e os pesquisadores acreditam que, com mais estudos, será possível usar essa mesma abordagem para degradar outros plásticos de origem fóssil e convertê-los em bioplásticos, o que pode ser uma solução viável para o lixo em larga escala.

Com o aumento do lixo plástico nos oceanos e seu impacto na vida marinha, a necessidade de soluções inovadoras como a transformação do plástico em bioplástico se torna ainda mais urgente.

A descoberta da bactéria BR4 representa um avanço importante, mas o caminho para a aplicação em larga escala desse processo exigiu mais pesquisas e testes.

Um avanço no combate ao lixo plástico

A descoberta da bactéria BR4, que transforma lixo em bioplástico, é um avanço significativo na luta contra a poluição por plásticos.

Essa bactéria não só se decompõe no PET, mas também gera um bioplástico de alta qualidade, com grande potencial para ser usado em diversas áreas, como na produção de embalagens e em aplicações biomédicas.

O trabalho dos pesquisadores brasileiros é fundamental para encontrar uma solução mais eficaz para o lixo plástico, oferecendo alternativas ao processo de reciclagem convencional.

No futuro, uma técnica poderá ser expandida para lidar com outros tipos de plásticos e, assim, contribuir para um planeta mais limpo.

FONTE: FAPESP