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Pesquisadores acham inseto considerado extinto em São Paulo (1 notícias)

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Pesquisadores constataram a existência de duas espécies de mosca branca possivelmente nativas no Estado de São Paulo, denominadas New World 1 e New World 2. A descoberta causou surpresa, pois se acreditava que, depois da introdução no País do Biótipo B de mosca branca (espécie Middle East-Asia Minor 1, MEAM1), as espécies nativas teriam sido substituídas ou extintas.

Renate Krause Sakate, do Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp explica que a MEAM1, que chegou ao país na década de 1990, é altamente invasiva. Em várias partes do mundo, sua entrada promoveu a extinção das espécies locais. A pesquisa, porém, verificou a presença da New World 1 e da New World 2 no Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Alagoas.

O trabalho, que também contou com a colaboração dos pesquisadores Enrique Moriones e Jesus Navas-Castillo, do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, La Mayora, Espanha, foi recentemente publicado no Journal of Applied Entomology, de alto impacto na área.

A mosca branca constitui um dos maiores pesadelos para os produtores de hortaliças, plantas ornamentais e outras culturas. O motivo é que, ao se alimentar da seiva da planta hospedeira, ela ocasiona uma redução em seu vigor, além de induzir anomalias fisiológicas.

O inseto também deposita sobre as folhas grande quantidade de secreção açucarada, favorecendo a formação de fungos que impedem a fotossíntese e, assim, afetam o crescimento da planta e reduzem sua produtividade. É ainda transmissor de vários tipos de vírus que afetam culturas de hortaliças, frutas e oleaginosas.

A espécie invasora predomina no País e pode ser encontrada tanto em áreas cultivadas quanto em plantas daninhas. Até recentemente, toda pesquisa sobre mosca branca levava em conta somente essa espécie. No trabalho da Unesp e do IAC, foi feito um amplo levantamento em mais de 40 municípios de São Paulo e em 13 do Estado de Alagoas, com o uso de testes sensíveis à identificação das espécies.

A nativa New World 1 foi encontrada em plantações de jiló e corda-de-viola nos municípios de Registro, Iguape e Ilha Comprida, no Vale do Ribeira, sul do Estado. Em Alagoas, a mosca infestava tomateiros. A pesquisadora Renata Krause Sakate, da Unesp, acredita que o inseto não desapareceu em virtude do isolamento geográfico dessas localidades em relação a outras áreas agrícolas do Estado.

A New World 2 foi coletada em plantas de amendoim-bravo em São Paulo e Alagoas. Trata-se do primeiro registro de sua existência no Brasil. Também surpreendeu o fato de as espécies nativas, em alguns nichos, estarem convivendo com as invasoras. Ainda não se sabe se as nativas também transmitem vírus para a planta, o que a continuação da pesquisa deve elucidar. O trabalho, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve ainda a colaboração de pesquisadores espanhóis.

iG São Paulo

(Com informações da Agência Estado)