A pesquisadora Maria Cristina de Senzi Zancul, licenciada em Física e doutora em Educação, busca cadernos de estudantes da Escola Estadual "Bento de Abreu" (EEBA), antigo Ieba, mais exatamente do período entre os anos 1930 e 1960. O objetivo é encontrar anotações que expliquem como era a metodologia de Física no início do século 20.
Maria Cristina, que também fez estágio de pós-doutorado na Faculdade de Educação da Unicamp, conta que trabalhou durante 27 anos como professora de Física no ensino médio, sendo que nos dez últimos lecionou na EEBA. Ao usar o laboratório de Física da escola, teve contato com um conjunto de instrumentos antigos, possivelmente fabricados na primeira metade do século 20, que se encontravam empoeirados e amontoados dentro dos armários.
Estudo
Segundo ela, a maior parte desses objetos foi produzida na Alemanha e na França, com materiais nobres como ferro, cobre e madeira de lei. A partir daquele momento, decidiu iniciar um projeto para estudar os instrumentos, pelos quais se encantou. Foi assim que iniciou o trabalho, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Na época, ela acabara de ingressar na Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp - atualmente é professora do curso de Pedagogia da FCL e desenvolve pesquisas na área de Ensino de Ciências, Ensino de Física e Educação Ambiental.
O primeiro passo foi dado por meio do projeto: os instrumentos antigos foram higienizados, identificados e classificados e hoje se encontram organizados nos armários do laboratório de Física da escola.
Para dar continuidade ao trabalho já realizado, Maria Cristina quer seguir com mais uma etapa da pesquisa, que é relacionar os instrumentos antigos com as propostas para o ensino de Física formuladas no início do século 20. "Como são poucos os registros de uso desses objetos, pensamos em buscar cadernos de alunos que estudaram no antigo IEBA, no período entre 1931 e 1961, para verificar se há anotações que possam indicar possíveis trabalhos de laboratório ou experimentos utilizando tais instrumentos", explica.
Maria Cristina tem como orientando de mestrado Elton de Oliveira Barreto, que está trabalhando com instrumentos da coleção. "Se encontrarmos os cadernos, eles serão úteis para a pesquisa dele também. No entanto, dependendo do que encontrarmos, teremos de planejar outras investigações. Neste momento, nosso interesse é localizar registros de usos dos instrumentos. Se encontrarmos algo, isso pode representar um grande avanço para compreender o ensino de Física no passado", conclui.
Contatos
Pensando no caso de pessoas terem guardado cadernos antigos, Maria Cristina pede àqueles que tiverem material relacionado às aulas de Física que entrem em contato pelos telefones (16) 3334-6241 (Departamento de Ciências da Educação) e 9733-4029; ou ainda por meio do e-mail mczancul@fclar.unesp.br.