Notícia

Jornal da USP

Pesquisa

Publicado em 04 outubro 1999

A Faculdade de Odontologia (FO) da USP tem mais um motivo para figurar entre as melhores da América Latina. Está inaugurando as novas instalações do Laboratório Experimental de Lasers em Odontologia (LELO). Um projeto pioneiro que vem despertando o interesse de estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior. E já resultou na elaboração de 14 teses na pós-graduação, vários projetos apoiados pela Fapesp e a criação, há três anos, da disciplina Laser em Odontologia na pós-graduação. "A nossa faculdade está completando cem anos", orgulha-se o diretor José Fortunato Ferreira Santos. "As novas instalações do LELO são uma das conquistas dessa longa trajetória. Trata-se de um programa que vem colocando a FO em uma posição de vanguarda." O Laboratório Experimental de Lasers em Odontologia dispõe de salas amplas, especialmente montadas para garantir o conforto e a segurança. Conta com vários aparelhos de laser, entre eles: três aparelhos de alta intensidade (Er: YAG laser, procedente da Alemanha: Nd: YAG laser, importado dos Estados Unidos e CO, laser, da Coréia: e também dois aparelhos de baixa intensidade (J. Morita, do Japão e MM Optics, do Brasil). A montagem do laboratório, fundado em 1995, e das novas instalações exigiu cerca de US$ 500 mil. Esses recursos vieram da Fapesp, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico-Científico da Odontologia. Tecnologia de ponta Idealizado pelo professor Carlos de Paula Eduardo, o projeto do Laboratório Experimental de Lasers em Odontologia começou a ser pesquisado há dez anos. "Através do intercâmbio BID-USP, tivemos a oportunidade de visitar a Universidade de Kyushu, no Japão", conta Eduardo. "O professor Toshio Morioka nos mostrou todas as pesquisas sobre a aplicação do laser em odontologia que estavam sendo realizadas. Depois, em 1994, através da Fapesp, voltamos novamente para aquele país, na Universidade de Showa." Eduardo ressalta que, durante cinco anos, a Faculdade de Odontologia procurou buscar conhecimento na área de laser, realizando pesquisas intensivas. "Investimos primeiro na formação de professores. E só em 1995 montamos o laboratório no Departamento de Dentística. No ano passado, a FO desenvolveu uma nova pesquisa na Universidade de Aachen, na Alemanha, que tem um dos centros de aplicação de laser em odontologia mais avançados do mundo. "Eles são especialistas em lasers de alta intensidade", explica o pesquisador. A montagem do LELO contou também com a colaboração do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). "Nós estabelecemos um convênio em 1992 e, desde então, os físicos têm nos ajudado muito, orientando e colaborando na utilização do laser, que exige um apurado conhecimento técnico. Além disso, a FO tem utilizado em suas pesquisas os lasers de argônio. Ho: YLS e Neodinio, pertencentes ao Ipen." O professor Carlos de Paula Eduardo explica que a atuação com laser necessita de muitos cuidados. "Os pesquisadores não podem ser meros aplicadores. Precisam primeiro conhecer a física do laser e, especialmente, suas normas de segurança. Depois, devem observar as pesquisas in vitro que estão sendo realizadas. Acompanhar as investigações em animais. Também é necessário ter o consentimento informado dos pacientes para esse tipo de tratamento e, só depois, é que poderão aplicá-lo."