Centro de Terapia Celular da USP Ribeirão passa a fazer parte do Cepix; Hemocentro afirma que mudança permite a continuidade das pesquisas
O Hemocentro de Ribeirão Preto começou nesta segunda-feira (14) uma nova etapa do Centro de Terapia Celular da USP (Universidade de São Paulo) , que passa a ser integrante dos Cepix (Centros de Pesquisa e Inovação Especiais) . Com isso, as pesquisas do tratamento contra o câncer com as células CAR-T poderão continuar com recursos da universidade
Segundo o reitor da USP, Carlos Carlotti , isso vai permitir que os pesquisadores possam buscar novos financiamentos. O Cepix foi criado em razão do término do prazo dos Cepids (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão), que contava com recursos da FAPESP
“O centro tem autonomia administrativa, e tenho certeza de que isso irá contribuir para o desenvolvimento da ciência dentro da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, e na Faculdade de Medicina”, disse Carlotti.
Além disso, também foram entregues novas áreas de trabalho para os pesquisadores do Hemocentro no desenvolvimento para o tratamento da terapia com células CAR-T e para o departamento administrativo.
O que é o tratamento com células CAR-T?
Na última década, o centro destacou-se como o precursor na América Latina ao produzir com sucesso células CAR-T com tecnologia nacional. Isso permitiu que 20 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B (LLA) e linfoma não-Hodgkin de células B, pudessem continuar o tratamento para o combate da doença.
“Esperamos que isso reduza significativamente a diferença no acesso a terapias celulares no País e também internacionalmente. Nosso objetivo é reduzir essa disparidade”, afirmou o presidente do Hemocentro, Rodrigo Calado.
O estudo clínico começou em março do ano passado e, em dezembro, recebeu autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a segunda etapa. A técnica consiste na retirada de linfócitos do próprio paciente, que são manipulados em laboratório e reaplicados no organismo.