Com objetivo de descobrir um novo método de controle para a broca da cana, (Diatraea saccharilis), tida como uma das pragas mais prejudiciais a esta cultura, a engenheira agrônoma Greice Erler desenvolveu uma isca tóxica com intenção de controlar a população de adultos. Inserida no Programa de Pós-graduação em Entomologia, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Greice estudou substâncias que pudessem ser empregadas em associação ao inseticida triflumurom.
Sob orientação do professor Octávio Nakano, do Departamento de Entomologia e Acarologia, a agrônoma testou em laboratório diversas iscas, incluindo seletividade, idade e concentração das mesmas, escolha do inseticida e sua melhor dose, determinação da distância dentro da área de aplicação, efeito residual e atratividade a alguns inimigos naturais. Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo avaliou a mortalidade dos insetos 24 e 48 horas após a exposição às iscas.
A seleção e a concentração do atrativo e do inseticida foram feitas a partir dos resultados que apresentaram eficiência superior a 80%. Ainda em laboratório, Greice Erler verificou que a isca não atrai o adulto a longas distâncias, ou seja, mais do que 50 cm, tornando necessário aplicá-las em área total.
No campo, os resultados, segundo a pesquisadora, mostraram que as iscas testadas à base de melaço + cloridrato de cartape e Bacillus thuringiensis + Hygrogem controlaram satisfatoriamente a broca da cana com um custo bem menor dos controles utilizados a partir do parasitóide de lagartas (Cotesia flavipes) ou com o inseticida regulador de crescimento (triflumurom).