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Pesquisa revela potencial para cascas de banana se transformarem em embalagens de alimentos (52 notícias)

Publicado em 18 de abril de 2024

Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da UFSCar inovaram ao converter cascas de banana em filmes bioplásticos com propriedades antioxidantes e proteção UV, ideais para embalagens ativas de alimentos. Publicado no Journal of Cleaner Production, o estudo destaca um processo simples, envolvendo pré-tratamentos com água ou solução ácida diluída, resultando em bioplásticos eficazes, sem resíduos.

Comparados a bioplásticos convencionais, os filmes desenvolvidos mostraram desempenho igual ou superior, destacando-se pela eficiência e menor impacto ambiental. Financiado pela FAPESP, o projeto liderado pela pesquisadora Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo visa valorizar subprodutos da cadeia de banana, como suas cascas, frequentemente descartadas, apesar de conterem compostos bioativos valiosos, como fenólicos e pectina.

A pesquisa representa um avanço significativo na busca por soluções sustentáveis na indústria alimentícia, aproveitando recursos naturais de forma eficiente e reduzindo o impacto ambiental associado ao descarte inadequado de resíduos agroalimentares.

“O aproveitamento como filme bioplástico é uma oportunidade de valorizar esse resíduo e diminuir o impacto ambiental associado ao uso de plásticos não biodegradáveis”, disse à Assessoria de Imprensa da Embrapa Instrumentação o engenheiro químico Rodrigo Duarte Silva, que desenvolveu o filme durante seu pós-doutorado com apoio da FAPESP.

Embalagem primária

Segundo Azeredo, o filme preparado em escala de laboratório, de cor amarronzada e espessura micrométrica, pode ser usado como embalagem primária de produtos propensos a reações de oxidação.

Os resultados promissores obtidos experimentalmente encorajaram os pesquisadores a dar continuidade aos estudos para melhorar ainda mais algumas propriedades do filme. Entre elas, estão as de interação com a água, um desafio da pesquisa devido à alta afinidade por água das moléculas presentes na biomassa.

Além disso, os pesquisadores pretendem, em aproximadamente um ano e meio, desenvolver o filme bioplástico em escala-piloto para tornar o processo ainda mais interessante do ponto de vista industrial.

*Com informações da Agência FAPESP