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Tribuna Impressa

Pesquisa revela novos usos possíveis para cana-de-açúcar

Publicado em 23 maio 2003

S. J. do Rio Preto - O químico Maurício Boscolo, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp de São José do Rio Preto, pesquisa a utilização do açúcar de cana (sacarose) para fabricar alimentos, xampus, detergentes, bactericidas e pesticidas. A experiência expande as possibilidades comerciais do insurno no País, centrada hoje na produção de álcool/combustível e açúcar. O docente do departamento de química e ciências ambientais explica que a partir da reação da sacarose com óleos vegetais (soja, milho, amendoim e outros), obtêm-se compostos químicos denominados sucro-ésteres. Essas substâncias são um tipo especial de detergente e apresentam amplas propriedades biológicas e químicas. "Podem ser utilizadas no preparo de alimentos e também no fabrico de xampus, detergentes, bactericidas e pesticidas'", explica. Os sucroésteres, quando usados em alimentos, podem exercer a função de emulsificante, nome dado ao componente capaz de misturar água e óleo. Outra opção de utilização é o emprego como substituto de gordura em processos industriais. Nos Estados Unidos, estes compostos já são empregados no lugar do óleo para fritar batatas. Como o organismo não os absorve, a gordura ingerida é eliminada", diz. MOSCA-BRANCA O professor Boscolo estuda também o uso de sucroésteres como veneno para combater a mosca-branca, principal praga que afeta a agricultura brasileira. Trata-se de uma iniciativa em parceria com Odair Fernandes, docente do departamento de entomologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal. A mosca-branca prejudica mais de 500 espécies de vegetais (plantas ornamentais, hortaliças) e grande número de culturas comerciais como soja, algodão, feijão e citros. O estudo, iniciado em janeiro de 2002, é financiado pela fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e se estenderá até 2005.