Notícia

Folha Metropolitana online

Pesquisa revela espécies de peixes do Rio Tietê

Publicado em 21 setembro 2010

Por Juliana Naqkagawa

Na comemoração do Dia do Tietê, celebrado amanhã, os pesquisadores doutores Alexandre Hilsdorf e Alexandre Marceniuk divulgam o resultado de três anos de trabalho na Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, que catalogou 53 espécies. O estudo está sintetizado no livro "Peixes das Cabeceiras do Rio Tietê e do Parque das Neblinas", que será lançado, amanhã, às 17h30, no auditório da Universidade de Mogi das Cruzes.

Os dois pesquisadores mapearam as espécies existentes e se depararam com uma informação que, se confirmada, pode ser valiosa para a preservação do Tietê: quatro novas espécies podem ter sido reveladas com o levantamento dos doutores. "Ainda não está confirmado que são novas espécies, mas, pelos estudos do DNA, verificamos que são diferentes das espécies congêneres", salientou Hilsdorf.

As espécies foram encontradas na cabeceira do Tietê e agora precisam ser cientificamente registradas. Para os pesquisadores, os dados servirão para um melhor conhecimento da região, já que são poucas as informações existentes sobre o Tietê Cabeceiras. Por isso, foi feito um levantamento didático, com fotos e informações de cada uma das espécies. "O resultado é que ainda existe bastante vida aquática na Bacia, ainda que o levantamento não reproduza toda a região do Alto Tietê", disse.

Hilsdorf alertou que, até a chegada a Mogi, o Rio Tietê tem boas condições. "Não em qualidade de água, mas acredito que o rio seja recuperável, ainda mais com os parques lineares, que vão trazer um uso mais consciente e evitar despejo de vários tipos de materiais", concluiu.

Livro estimula educação ambiental

O levantamento dos peixes encontrados na Bacia Hidrográfica do Tietê servirá, de acordo com os autores, como um material didático para a educação ambiental. "Pode servir como um registro para os estudantes e também servirá para avaliações futuras", apontou Alexandre Hilsdorf, um dos autores do livro.

O estudo teve amparo da Suzano Papel e Celulose, Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa (Faep), Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e do Laboratório de Genética de Organismos Aquáticos e Aquicultura do Núcleo Integrado de Biotecnologia, da UMC

No lançamento de amanhã, representantes das escolas da região receberão um exemplar do livro, para suas respectivas bibliotecas. "A ideia é incentivar a discussão sobre as questões ambientais" disse o professor.

No evento, os autores realizarão palestra para o público, explanando sobre os três anos de pesquisa, resultados e a importância do levantamento. (JN)