Um grupo de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto quer diminuir casos de crises de asma, mais frequentes em períodos de frio e seca, nos atendimentos dos postos de saúde públicos da cidade.
Para isso, dará treinamento à equipe médica das oito UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e das três unidades de saúde da família do distrito norte de Ribeirão, que abrange 125 mil pessoas.
A maior parte é de crianças e adolescentes, mais sensíveis às crises respiratórias.
O projeto Foca (Foco no Controle da Asma) é inédito na cidade e tem financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP) e apoio da Secretaria da Saúde de Ribeirão.
O objetivo é quantificar casos de pacientes que dão entrada nas UBSs com crise respiratória. "Começamos agora porque é o período mais crítico pelo frio, baixa umidade do ar e queima da cana", disse Karla Arruda, coordenadora da pesquisa.
Em agosto começam os treinamentos com as equipes de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde para orientarem os pacientes a fazer o tratamento antes do período crítico.
O resultado esperado é a menor incidência das crises. "Muitos pacientes tratam a doença só durante a crise, às vezes precisam até ser internados pela inflamação".
O período mais crítico é entre março e agosto, quando diversos fatores que agravam a saúde atuam ao mesmo tempo. "Há maior incidência de gripes, resfriados, a umidade está mais baixa e há o frio", disse Arruda.
Em Ribeirão, existe ainda uma maior exposição da população à fuligem da queima da cana, disse Arruda. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente estima que a queima deverá gerar na região cerca de 658 mil toneladas de poluentes neste ano.
Inmet aponta risco grave de queimadas
Há dez dias, o índice de inflamabilidade do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indica risco de grave a perigoso na ocorrência de queimadas em grande parte do Estado.
O dado é captado por fotos de satélite com base na vegetação seca e na água do solo, segundo o Inmet, e representa maior risco de queimadas.
Só em Araraquara, 171 queimadas urbanas foram registradas de maio a julho, segundo a Secretaria do Meio Ambiente -125 delas geraram multas. Em Ribeirão, 60 multas foram aplicadas entre maio e junho, de acordo com a prefeitura.