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Pesquisa: o que mudou após fim da proibição de doação de sangue por gays? (8 notícias)

Publicado em 16 de maio de 2024

As normativas brasileiras em vigor até abril de 2020 em relação à doação de sangue por homens que têm sexo com homens (HSH) estavam vigentes desde 2004 e consideravam que os HSH fossem classificados como inaptos para a doação temporariamente por um período de 12 meses após a última relação sexual considerada de risco.

Essa restrição foi derrubada em maio de 2020, motivada por fortes pressões devido à queda no número de doações pela pandemia de COVID-19, e pela evolução dos estudos envolvendo novas terapias de controle da epidemia por meio de transfusão de plasma sanguíneo.

Em Portugal, a partir de 2021 a orientação sexual também deixou ser um critério de exclusão para a doação segundo as novas regras da Direção Geral de Saúde Portuguesa, depois de ter sido criado um grupo de trabalho para rever a norma sobre doação de sangue e critérios de inclusão e exclusão de dadores por comportamento sexual.

Após a flexibilização das normativas, nenhum estudo até o momento se propôs a avaliar a prática da doação por HSH nem no Brasil, nem em Portugal.

Nesse cenário, uma investigação planejada em parceria entre docentes e investigadores da Universidade de São Paulo e a da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) se propõe a preencher esta lacuna. O objetivo do estudo é investigar a prática da doação de sangue e a percepção de acessibilidade da população de HSH à doação em ambos os países, considerando-se aspectos geográficos, econômicos, culturais e funcionais. Além disso, pretende-se fazer uma comparação de informações documentadas nos dois países por meio de um estudo transnacional. O estudo já teve sua recolha de dados na população do Brasil em 2023 e em maio de 2024 dá início à investigação na população residente em Portugal.

Pessoas da comunidade HSH interessadas em contribuir para a pesquisa serão convidadas a preencher um questionário on-line e podem expressar livremente suas percepções sobre o tema. Veja o link para o questionário ( clique aqui ), ou pode solicitar aos pesquisadores pelo e-mail hshusp@gmail.com.

A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, é parte do projeto de pós-doutoramento da investigadora Miriane Zucoloto, e inclui a participação dos professores Inês Fronteira da Escola Nacional de Saúde Pública da NOVA e Edson Zangiacomi Martinez da Universidade de São Paulo e de outros investigadores de ambas as universidades.

Mais informações: hshusp@gmail.com ou no Instagram (@gpcds_usp).