Renata Junqueira, professora da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp, Câmpus de Araraquara, ficará oito meses em Portugal, na Escola Superior Artística do Porto e na Fundação Serralves, da mesma cidade, para desenvolver com Bolsa de Pesquisa concedida pela Fapesp, o projeto de pesquisa atual, intitulado Poéticas da Modernidade: Cinema e Teatro em Manoel de Oliveira.
O projeto, vinculado ao Grupo de Pesquisas em Dramaturgia (GPD) da Unesp e integrado ao Projeto Temático (ainda em fase de articulação) intitulado "Poéticas da Modernidade: Teatro e Outras Artes", propõe um estudo da obra do cineasta português Manoel de Oliveira (n. 1908) com enfoque nas relações que ela estabelece com a literatura e, em especial, com o teatro.
O foco é o com um teatro moderno, deliberadamente concebido para provocar um distanciamento entre a cena e o espectador, tal como o teorizou e praticou Bertolt Brecht (1898-1956). Guardadas as devidas proporções quanto ao intuito político de um e de outro artista, a estética cinematográfica de Oliveira apoia-se, para a pesquisadora, com efeito, em procedimentos disjuntivos similares aos que vemos no teatro de Brecht.
A hipótese que norteia a pesquisa é a de que, afinal, a matriz da teatralidade do cinema de Manoel de Oliveira encontra-se mesmo no cinema e a sua investigação remete-nos à década de 1920 e à produção de Sergei Eisenstein (1898-1948), que começou a sua carreira no teatro, é bom lembrar, e de quem o próprio Brecht terá sido tributário. Esta possibilidade instiga-nos a um estudo interdisciplinar que faz repensar, no âmbito da confluência de cinema e teatro, não só na aparente isenção política da cinematografia de Manoel de Oliveira, mas até na gênese da proposta de teatro político de Bertolt Brecht.
De acordo com Renata, entre os benefícios possíveis, previstos para o cinema de Manoel de Oliveira e para a Unesp, estão: ampliação da divulgação do cinema de Manoel de Oliveira nos meios acadêmicos e artísticos brasileiros; e a consecução de subsídios para a composição de um livro, de natureza ensaística, sobre o cinema de Manoel de Oliveira e a sua relação com outras artes.
Outros benefícios apontados são a consecução de subsídios ao Projeto Temático “Poéticas da Modernidade: Teatro e Outras Artes”, que está ainda em fase inicial de articulação e que envolve pesquisadores da Unesp (de Araraquara, Assis, Bauru e Marília), da USP, da Universidade de Brasília (UnB) e da Escola Superior Artística do Porto (ESAP), em Portugal; um contributo significativo ao Grupo de Pesquisas em Dramaturgia (GPD), do qual sou coordenadora; e) a consecução de subsídios para a criação da disciplina “Poéticas da Modernidade: Literatura, Cinema e Teatro”, que tenciono propor, em 2014, ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara, no âmbito da linha de pesquisa “Relações Intersemióticas”; a consecução de subsídios para o enriquecimento da disciplina “Literatura Portuguesa e Outras Artes”, que ela tenciona ministrar, a partir de 2014, no curso de graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara; e a consecução de subsídios para a elaboração e execução do projeto de extensão universitária “Letras com Cinema”, em parceria com a coordenadoria do projeto de extensão Cine-Câmpus, já existente na FCL/Araraquara.
Assessoria de Comunicação e Imprensa