Os resultados de uma pesquisa sobre consumo de drogas e comportamentos sexual de risco entre jovens da capital paulista deixou os especialistas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo, alarmadas. O álcool aparece como a droga mais consumida entre os jovens, que nem percebem na bebida - socialmente aceita - algo perigoso. Ao contrario do que costumam pensar pais e professores preocupados com a exposição das crianças às drogas, não é pela maconha que eles se iniciam, mas pela bebida e pelo cigarro. Eles gostam de sensação que o álcool e o tabaco provocam e a curiosidade, natural da idade, leva os adolescentes a buscar outras drogas, novas experiências.
O estudo mostrou que 85% dos 689 alunos de uma escola pública de 2° frau da zona Oeste, na faixa dos 14 aos 21, anos, já experimentaram algum tipo de droga, incluindo-se as lícitas, como álcool e tabaco. O uso de cigarro. Os pesquisadores detectaram outro problema.
Existe forte associação entre consumo de drogas, incluindo álcool, e comportamento sexual de risco, comportamento sexual de risco, compreendido como início precoce da vida sexual, relações sem preservativo e sexo com prostitutas.
No grupo, de classe média e baixa, 53% declaram já ter usado alguma droga ilícita - a maconha vem em primeiro lugar, a cocaína em quatro. Detalhe: dificilmente as drogas aparecem sozinhas. Geralmente, o jovem consome álcool e maconha, ou álcool e cocaína. E quanto maior o número de drogas que ele consome, mais freqüentes as relações de risco.
A pesquisa, financiada pela Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi publicada na edição deste mês da substante Use& Misuse, e é assinada pelos psiquiatras Sandra Scivoletto, Robinson Tsuji, Carmita Abdo. Arthur Guerra de Andrade e Wagner Gattaz, da Faculdade de Medicina da USP, e Sueli de Queiroz, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
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O Povo