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Pesquisa do IQ é premiada em congresso sobre cosméticos (1 notícias)

Publicado em 13 de julho de 2007

Após três anos de estudos, pesquisadores do Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), do Instituto de Química (IQ) da Unesp, desenvolveram um método que determina o fator de proteção ultravioleta de produtos para tratamento de cabelos. A pesquisa, inédita, foi premiada como o melhor trabalho técnico-científico durante o 2l Congresso Brasileiro de Cosmetologia, realizado em São Paulo.

O método consiste na aplicação de raio laser por meio de equipamentos avançados sobre um aminoácido presente no cabelo, o triptofano - substância que se ilumina na presença da luz. Esta característica permitiu, segundo Elson Longo, diretor do CMDMC, que os pesquisadores relacionassem a quantidade de luz incidida à qualidade do produto. "O que verificamos é que quanto mais luz, melhor o desempenho do produto e conseqüente degradação do triptofano. Ou seja, o cabelo está mais protegido. Este aminoácido, de um total de 22, foi o que melhor respondeu ao método", explica Longo.

Ao contrário de muitas outras pesquisas do Centro, esta não será vendida a empresas do ramo. A previsão é de que no começo do próximo ano, o CMDMC já funcione como um prestador de serviços a empresas de cosméticos, que poderão dispor de uma metodologia que identifica três graus de proteção de raios ultravioletas emitidos pelo sol ótimo, regular e ruim. A capacidade de testagem será de quatro a cinco produtos por dia. "As pessoas poderão ter no rótulo o grau de proteção daquele produto que estão comprando, se vai funcionar bem ou não, já que o fator de proteção é um diferencial na hora da compra. O que vamos  fazer é atestar se o produto é eficaz e ou se não causa efei to colateral", afirma.

Interesse

Algumas empresas de grande representatividade no setor já se interessaram pelo método, mas preferem não se identificar, diz o coordenador, que por questões éticas também não revela o nome e a qualidade dos produtos analisados. Contudo, Longo diz que foram analisados produtos de marcas de preços diversificados. A pesquisa, que contou com a parceria da empresa de cosméticos, foi conduzida por Adriano Pinheiro, do Centro, e Valéria Longo, da Ufscar. O CMDMC, que reúne pesquisadores do IQ e da Ufscar, é um dos Centros de Pesquisa, Ino vação e Difusão (Cepids) criados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A premiação do grupo durante o 21º  Congresso Brasileiro de Cosmetologia foi R$ 2 mil e a oportunidade de participar de eventos internacionais.