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Tribuna de Jundiaí

Pesquisa do Hospital São Vicente e Faculdade de Medicina de Jundiaí é publicada em artigo internacional (1 notícias)

Publicado em 06 de abril de 2023

O estudo determina o papel central no aparecimento e gravidade da dor articular e na previsão de doença cardiovascular em indivíduos afetados com osteoartrose.O reconhecimento dos serviços prestados pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSV), segue sendo motivo de orgulho para os profissionais que trabalham para levar o nome da instituição até para outros países. Em novo feito, a equipe médica da especialidade de ortopedia teve seu estudo publicado pela revista britânica BMJ Open.

O trabalho de pesquisa contou com apoio econômico do “Programa Jovens Pesquisadores” da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). De acordo com a instituição, o programa concedeu a bolsa a Dra. Martha Castano-Betancourt, pesquisadora visitante da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).

Os especialistas Ricardo Fruschein Annichino, Marcelo de Azevedo e Souza Munhoz, Eduardo Gomes Machado e Martha Cecilia Castano-Betancourt, promoveram um estudo para determinar o papel central no aparecimento e gravidade da dor articular e na previsão de doença cardiovascular em indivíduos afetados com osteoartrose. O estudo contou com parceria do Instituto Jundiaiense de Ortopedia e Traumatologia (IJOT), mestrandos e residentes da FMJ.

De acordo com Dr. Eduardo Machado, ortopedista e traumatologista, o trabalho começou no Departamento de Ortopedia do Hospital no segundo semestre de 2017. O grupo coletou informações de prontuários e entrevistas de 900 pacientes com osteoartrite que consultaram o departamento durante dois anos e meio. Após uma pausa, por causa da pandemia, a pesquisa continuou no segundo semestre de 2021, quando a equipe iniciou as análises estatísticas e enviaram os artigos para publicação.

Entendendo a doença

A osteoartrose, ou simplesmente artrose, é uma doença articular crônica que afeta as articulações danificando a cartilagem que reveste a superfície delas, resultando na falência de vários processos de reparação ou de lesões sofridas pela articulação. A cartilagem é um tecido firme e lubrificado que permite o movimento suave, sem fricção das articulações.

Na osteoartrose, a cartilagem torna-se irregular, aumentando a fricção, o que pode evoluir até que os ossos se movimentem em contato direto. Clinicamente há dor articular, rigidez e limitação da função.

“A população em risco é constituída, principalmente, por pessoas idosas, em particular do sexo feminino, com obesidade, com lesões articulares ou ligamentares previas devido à profissão ou por trauma. No momento, a osteoartrite não tem cura. Geralmente, os pacientes chegam ao nosso serviço procurando a possibilidade de cirurgia através de uma substituição articular. As medidas apenas parcialmente bem-sucedidas dependem da prevenção e tratamento correto de lesões traumáticas das articulações e obesidade”, explica Machado.

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Pesquisa

“Até hoje, publicamos quatro artigos internacionais. Em cada um deles identificamos fatores de risco que podem acelerar o aparecimento da doença ou piorar os sintomas em pacientes com osteoartrite. Esses fatores podem ser controlados ou prevenidos para diminuir a dor dos pacientes ou retardar a progressão da doença. Pacientes com osteoartrite apresentam diversas comorbidades e fatores de risco que podem piorar os sintomas e acelerar o início da doença. Além da obesidade clássica, medida com peso e altura corporal, a obesidade central, que é medida com a circunferência da cintura, tem um papel mais importante no aparecimento e gravidade da dor nas articulações. O diabetes também é uma comorbidade importante para pacientes com osteoartrite”, completa o ortopedista.

Resultados

Por meio dos resultados é possível concentrar a equipe na detecção dos fatores de risco que pode piorar a osteoartrite ou aumentar as complicações após a cirurgia dos pacientes. Pode-se controlar alguns desses fatores, diminuindo a dor dos pacientes e diminuindo o risco, principalmente de infecções após a cirurgia.

“O trabalho em equipe é fundamental para conseguir publicar nossas pesquisas em periódicos internacionais. Nossa equipe e residentes auxiliam na identificação dos pacientes e no convite para participar do estudo. Ajudamos no diagnóstico da doença articular e outros fatores de risco. Nossa epidemiologista Martha, com uma equipe de mestrandos, realizou as entrevistas e fez a análise estatística. Nosso esforço reflete a importância do trabalho conjunto entre a Ortopedia do Hospital São Vicente e a Faculdade de Medicina de Jundiaí”, finaliza Dr. Eduardo.

Acesse e confira a publicação: https://bmjopen.bmj.com/content/12/12/e066453.full