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Cemaden - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

Pesquisa do Cemaden vai registrar a percepção e comunicação de riscos de desastres socioambientais no país (1 notícias)

Publicado em 28 de novembro de 2024

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE), acaba de lançar o questionário online “Comunicação e Percepção de Riscos”. O objetivo é compreender de que forma as informações acerca de desastres socioambientais são percebidas pela população brasileira. Aberto a respondentes de todo o Brasil, o questionário foi elaborado a partir de cinco eixos principais: características da população, modos de vida, acesso a dispositivos comunicacionais, análise de comunicação de riscos e alfabetização midiática. O projeto COPE tem o apoio da FAPESP (Processo 2022/02891-9) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

As perguntas a respeito das características populacionais, tais como renda familiar e escolaridade, têm o objetivo de compreender o perfil sociodemográfico dos respondentes, o que é relevante sobretudo no âmbito da implementação de políticas públicas. Para o coordenador do projeto COPE, Victor Marchezini, ter dados a respeito de diferentes estratos populacionais é relevante, pois “ajuda a formular e planejar políticas públicas de preparação para eventos extremos, considerando os diversos grupos sociais.”, explica o sociólogo. A análise dos diferentes modos de vida, isto é, com quem vivem os participantes da pesquisa e quanto tempo passam fora de casa durante a semana, por exemplo, busca avaliar como as diferentes organizações do cotidiano podem alterar as respectivas percepções dos respondentes acerca dos desastres socioambientais.

Após responder às perguntas desses dois eixos, os participantes são indagados acerca de diferentes aspectos da comunicação, isto é, quais dispositivos possuem, por quais canais mais acessam informações de maneira geral, e se recebem com frequência notícias e conteúdos informativos sobre desastres socioambientais. Ainda, são feitas perguntas que buscam compreender se os respondentes avaliam que as informações sobre o tema abordam a prevenção e mitigação, e se os canais oficiais do poder público informam a população a respeito de desastres socioambientais.

De acordo com Monique Ribeiro Polera Sampaio, jornalista e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (PGCST/INPE), e bolsista de doutorado FAPESP (Processo 2024/03072-7), o meio pelo qual as pessoas recebem informações sobre desastres pode alterar os níveis de compreensão e confiabilidade nas notícias e demais conteúdos informativos. “Talvez isso não seja tão claro em um primeiro momento, mas a recepção de uma informação por meio de um aplicativo de mensagens, por exemplo, difere muito daquela de uma notícia veiculada por jornal televisivo da mídia tradicional, por mais que o assunto seja o mesmo”, explica. “Com essa pesquisa, procuramos entender de que forma esses diferentes tipos de acesso à informação alteram a percepção da população sobre desastres socioambientais”, complementa Monique, que foi uma das idealizadoras do instrumento de pesquisa no projeto COPE.

Finalmente, nas últimas perguntas do questionário, o respondente encontra um teste rápido de alfabetização midiática, isto é, a capacidade de acessar e analisar criticamente as diferentes mensagens recebidas por meio da mídia tradicional e das redes sociais.

A produção de estratégias efetivas de comunicação de riscos é um dos objetivos do projeto COPE, que tem como proposta central coproduzir estratégias para fortalecer a implementação de políticas públicas de preparação para enfrentar eventos extremos. Por esse motivo, o questionário de “Percepção e Comunicação de Riscos”, é um importante instrumento diagnóstico para análise de dados acerca do panorama atual da comunicação de riscos no país. Para responder ao questionário, acesse: .