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Pesquisa demonstra relação entre poluição e riscos cardíacos em moradores de São Paulo (44 notícias)

Publicado em 13 de maio de 2024

A ligação entre viver numa cidade poluída, como São Paulo, e as doenças pulmonares ou câncer é conhecida. No entanto, uma pesquisa recente mostrou que a exposição prolongada à poluição atmosférica está diretamente relacionada ao aumento dos riscos cardíacos em residentes da capital paulista, sendo um perigo maior para indivíduos hipertensos.

O estudo, publicado na revista Environmental Research e realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da FAPESP, analisou autópsias de 238 pessoas e dados epidemiológicos para avaliar a relação entre a fibrose cardíaca e a exposição às partículas de carbono negro, um indicador de poluição atmosférica. Os resultados revelaram uma associação significativa entre a presença de carbono negro nos pulmões e a fibrose cardíaca nos indivíduos estudados, indicando que quanto mais tempo exposto à poluição, maior a probabilidade de desenvolver fibrose.

Além disso, foi observado que o risco é maior para pessoas hipertensas, com a presença do marcador de doenças cardíacas aumentando à medida que a exposição à poluição também aumenta. A pesquisa ressalta a importância da autópsia na investigação dos efeitos do ambiente urbano e dos hábitos pessoais na determinação de doenças.

O estudo evidencia a necessidade de medidas eficazes para reduzir a exposição da população à poluição atmosférica, como a redução das emissões de veículos, incentivo ao transporte público sustentável e fontes de energia limpa. Este trabalho foi possível graças ao apoio do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), da Faculdade de Medicina da USP e da FAPESP, que contribuíram para novas possibilidades científicas no campo da saúde cardiovascular e da poluição do ar.