Uma pesquisa inédita levanta a c da linguagem falada pela população de sete cidades do interior de São Paulo. O objetivo é formar um banco de da- dos para dar suporte a estudos sociolingüísticos sobre o modo de falar dos moradores da região de São José do Rio Preto. Com as informações do banco, será possível saber, por exemplo, se o uso do erre retroflexo, aquele de "porrrta", que caracteriza o dialeto caipirês, tem alguma interferência na vida dos moradores ou se o preconceito lingüístico em torno do sotaque interiorano influencia o seu comportamento ou as suas condições de vida.
A pesquisa, feita por professores e alunos do curso de Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Preto e financiado pela FAPESP e Unesp, é a primeira em grande escala que levará em conta o português falado no interior do Estado.
Os pesquisadores já gravaram narrativas de 60 de 152 moradores de São José do Rio Preto e outras seis cidades fronteiriças: Cedral, Bady Bassity, Guapiaçu, Ipiguá, Mirassole Onda Verde. O término está previsto para fevereiro de 2006— as gravações começaram em fevereiro de 2004—, quando o banco estará à disposição de pesquisadores e população.
Os moradores entrevistados foram escolhidos a partir de cálculos matemáticos e variações de escolaridade, sexo, renda e idade. Cada um faz cinco narrativas, que são gravadas em som digital e de- pois de transcritas e transferidas para o computador, farão parte do banco de dados para futuras pesquisas na área.
O coordenador dos trabalhos, professor Sebastião Carlos Leite Gonçalves, diz que o projeto, batizado de Amostra Lingüística de Rio Preto (Alirp), poderá ajudar na luta para acabar com o preconceito que ronda os moradores do interior de São Paulo desde o início do século, quando a oralidade e comportamento passaram a perpetuar ao homem do campo uma imagem de pobreza e falta de cultura.
A pesquisa ocorre no momento em que essa oralidade, chamada popularmente de caipirês, é banida até mesmo por quem a usa. "Encontramos muitos interioranos que recusam o próprio sotaque, o erre caipira, apelando para a linguagem falada nas capitais na tentativa de fugir de uma estigmatização injustificada por parte de setores da sociedade", explica professor.
A pesquisa, feita por professores e alunos do curso de Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Preto e financiado pela FAPESP e Unesp, é a primeira em grande escala que levará em conta o português falado no interior do Estado.
Os pesquisadores já gravaram narrativas de 60 de 152 moradores de São José do Rio Preto e outras seis cidades fronteiriças: Cedral, Bady Bassity, Guapiaçu, Ipiguá, Mirassole Onda Verde. O término está previsto para fevereiro de 2006— as gravações começaram em fevereiro de 2004—, quando o banco estará à disposição de pesquisadores e população.
Os moradores entrevistados foram escolhidos a partir de cálculos matemáticos e variações de escolaridade, sexo, renda e idade. Cada um faz cinco narrativas, que são gravadas em som digital e de- pois de transcritas e transferidas para o computador, farão parte do banco de dados para futuras pesquisas na área.
O coordenador dos trabalhos, professor Sebastião Carlos Leite Gonçalves, diz que o projeto, batizado de Amostra Lingüística de Rio Preto (Alirp), poderá ajudar na luta para acabar com o preconceito que ronda os moradores do interior de São Paulo desde o início do século, quando a oralidade e comportamento passaram a perpetuar ao homem do campo uma imagem de pobreza e falta de cultura.
A pesquisa ocorre no momento em que essa oralidade, chamada popularmente de caipirês, é banida até mesmo por quem a usa. "Encontramos muitos interioranos que recusam o próprio sotaque, o erre caipira, apelando para a linguagem falada nas capitais na tentativa de fugir de uma estigmatização injustificada por parte de setores da sociedade", explica professor.