Um estudo realizado por pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sob orientação da professora Audrey Borhgi e Silva, docente do Departamento de Fisioterapia da mesma instituição e vinculado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, está recrutando obesos mórbidos que estejam com cirurgia bariátrica já programada para participarem como voluntários.
A pesquisa está sendo desenvolvida no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar da UFSCar e tem como objetivo tentar ampliar as possibilidades terapêuticas aos pacientes submetidos à operação para redução de estômago.
O estudo, “Efeitos clínicos, funcionais e sistêmicos da estimulação elétrica corpórea no pós-operatório de cirurgia bariátrica”, se tornou necessário pelo fato de que o pós-operatório desse tipo de cirurgia limita uma série de exercícios físicos intensos e, além disso, exige uma dieta restritiva, fato que leva a uma intensa perda de massa magra. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é influenciar a melhora de marcadores inflamatórios mais rapidamente, bem como estimular a maior perda de massa gorda e ganho ou manutenção da massa magra, além de deixar o paciente mais apto para a realização de atividade física, a partir de uma estratégia de intervenção precoce.
Os voluntários participarão gratuitamente de aplicação de estimulação elétrica neuromuscular de corpo inteiro. Trata-se de uma pesquisa inédita no Brasil, com o equipamento Miha-BodyTech, importado da Alemanha. Esse tipo de eletroestimulador é uma nova tecnologia que permite a ativação muscular simultânea de até 12 grupos musculares, como coxas, braços, nádegas, abdômen, peitoral, parte superior e inferior das costas, com intensidades pré-selecionadas para cada região. Ou seja, cada parte do corpo pode ser estimulada com intensidades diferentes.
Processo – Serão realizadas análises anteriores à cirurgia como avaliação da capacidade funcional (pelo teste de caminhada de seis minutos e teste de degrau de dois minutos), teste máximo em esteira ergométrica, coleta de sangue, mensuração de força muscular de membros superiores e inferiores e avaliação de composição corporal. No pós-operatório, devido à intensa restrição alimentar e à limitação para realizar exercícios, os voluntários participarão de exercícios leves, com baixa amplitude de movimento, sem a adição de quaisquer pesos, associados à eletroestimulação.
Os voluntários podem ser homens ou mulheres obesos, com idade mínima de 18 anos, com cirurgia bariátrica já programada e que não tenham comorbidades cardíacas graves que impeçam a realização dos testes. O protocolo será realizado por 30 dias e, ao final, as avaliações serão repetidas, e um relatório final será entregue aos voluntários.