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G1

Pesquisa aponta presença de contaminantes em amostras de salame vendidas na cidade de SP (49 notícias)

Publicado em 14 de fevereiro de 2023

Estudo foi conduzido por pesquisadoras do Instituto Adolfo Lutz e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.Pesquisadoras do Instituto Adolfo Lutz e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) analisaram 22 amostras de salames de 14 marcas diferentes comprados na cidade de São Paulo entre 2019 e 2021 e identificaram contaminantes prejudiciais à saúde humana em ao menos seis delas.

O termo técnico para os contaminantes é HPA (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), que são compostos químicos que surgem da queima incompleta de matéria orgânica, como madeira, carvão e combustíveis fósseis.

A pesquisa teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e foi publicada na revista científica Food Analytical Methods.

Segundo a FAPESP:

Uma legislação europeia sobre quantidade de compostos em embutidos foi adota pelos cientistas por falta de uma legislação do tipo no Brasil;

Das seis mostras contaminadas, duas apresentaram contaminação acima do limite tolerável pelos parâmetros europeus;

As embalagens de dois dos salames analisados tinham a informações de que os produtos foram defumados.

Ainda de acordo com a fundação, as fontes mais frequentes do HPA são "as queimadas da mata, os veículos automotivos, a fumaça de cigarros e vários processos industriais. A degradação dessas partículas no ambiente é lenta e elas podem se incorporar aos alimentos por contaminação do ar, da água ou do solo e também pelo cozimento ou em alguma etapa do processo de produção".

Os pesquisadores alertaram que alguns dos produtos podem estar passando por processos de defumação tradicionais — sem uso de filtros para fumaça que reduzem a presença desses compostos — porque a lei brasileira ainda permite essa modalidade.