Notícia

Jornal de Brasília

Perspectivas de mercado (1 notícias)

Publicado em 30 de julho de 2004

Essa pesquisa sobre cafés descafeinados teve o apoio financeiro da Fapesp, do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café e do CNPq. "O Consórcio investiu no projeto, de 1999 até agora, cerca de R$ 66 mil, que devem ter um retorno potencial grandioso para o agronegócio café" comemora António de Pádua Nacif, gerente-geral da Embrapa Café. Segundo ele, a demanda do mercado mundial para o café descafeinado está estimada em cerca de US$ 7 bilhões (R$ 20 bilhões aproximadamente) por ano, considerando-se que são comercializadas entre 7 a 10 milhões de sacas de café verde apenas para atender esse mercado. No Brasil, o café descafeinado é hoje vendido com um preço de varejo 70 a 100% superior ao café comum. É, portanto, um mercado que acena com preços remuneradores aos produtores - diz Nacif. No Brasil o potencial de negócios também dá sinais de ser vantajoso ao produtor, especialmente para aqueles que investem nas mais modernas tecnologias para produzir cafés com excelente qualidade de bebida. Estima-se que um café naturalmente descafeinado poderá vir a ter um valor, em nível de lavoura, de 20 a 50% superior ao comum, pela economia de custos que ocasionará no processo industrial de descafeinação e pela melhoria do sabor do descafeinado. Próximos passos Os próximos resultados exigirão um tempo de pesquisa entre cinco a 15 anos, pois o café é uma planta perene. Para que as novas variedades sejam disponibilizadas aos produtores será preciso melhorá-las para que se tornem produtos comerciais. Bernadete explica que a cafeína é apenas uma das características importantes. É preciso verificar o potencial produtivo, a resistência a doenças e às pragas, além das demais características que devem estar presentes em variedades elites. A meta é identificar na planta os genes responsáveis pela síntese da cafeína e iniciar os cruzamentos para transmiti-los para variedades elite do tipo arábica.