O primeiro laboratório de seqüenciamento de DNA em Pernambuco foi inaugurado nesta quinta-feira, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), pelo ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg.
O laboratório, funcionando em fase de testes desde o mês passado, está seqüenciado os genes da cana-de-açúcar, em convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa de SP (Fapesp).
A primeira seqüência, com 96 fragmentos de DNA já foi concluída.
"Estamos partindo para a segunda seqüência", adianta a coordenadora do laboratório, Gianna Carvalheira. Os fragmentos de DNA, chamados de clones, são enviados pela Fapesp, que conta com 23 laboratórios de seqüenciamento envolvidos no projeto, 22 deles em SP.
Até agora a UFRPE trabalhou com clones do tecido das flores da cana, mas o projeto prevê o seqüenciamento de fragmentos de DNA de outras partes da planta, como as folhas e o caule.
Para o ministro, a inauguração do laboratório representa o primeiro passo rumo ao desafio do Estado no campo da genética molecular.
"Melhores condições de saúde e alimentos mais nutritivos figuram nos principais objetivos a serem perseguidos para que se possa promover o desenvolvimento", disse Sardenberg.
As seqüências de DNA determinadas na UFRPE vão alimentar um banco de dados, localizado no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Todas as informações serão armazenadas nesse banco, chamado de biblioteca de seqüências.
É na biblioteca onde os cientistas fazem a mineração de dados, ou seja, procuram os genes com funções especificas na planta, como a absorção de água ou a fotossíntese. Essa é a parte aplicada da pesquisa, que pode gerar uma planta mais resistente à seca, por exemplo.
A mineração de dados está sendo feita no Depto. de Genética da UFPE, mas outros três estão se credenciando para fazer o trabalho. Mais um laboratório de seqüenciamento de DNA também está previsto para ser implantado na Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA).
Os custos totais da Facepe com o Projeto Genoma da cana-de-açúcar são de R$ 1 milhão.
O laboratório de seqüenciamento de Pernambuco custou R$ 460 mil, financiados com recursos da Fundação de Amparo à C&T de Pernambuco (Facepe), conta com uma equipe de 12 pesquisadores, seis professores e seis bolsistas.
O principal equipamento é o seqüenciador, mas a maquina de PCR (sigla em inglês para reação em cadeia de polimerase) também é considerada pelos cientistas fundamental para a realização do trabalho.
No laboratório de seqüenciamento, o DNA é multiplicado antes de ir para o seqüenciador. De lá, o material segue para o tratamento computacional, onde um programa traduz a leitura do seqüenciador em estruturas de DNA.
(Jornal do Commercio, do Recife, 21/7)
Notícia
Jornal da Ciência online