Notícia

Galileu

Pelo bem da floresta

Publicado em 01 dezembro 1999

Seu nome de guerra é caixeta, classificada cientificamente como Tabebuia cassinoides. Trata-se de uma árvore típica das áreas pantanosas dos litorais leste e sul do Brasil, cujas múltiplas utilidades - da construção de móveis a instrumentos musicais - foram estudadas num projeto de aproveitamento desenvolvido por professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP e financiado pela Fundação de Amparo e Pesquisa no Estado de São Paulo, Fapesp. O trabalho analisou as características nativas da árvore e a sua relação com a economia nas regiões onde ela vive. A partir daí, nasceu um projeto que orienta as populações que vivem da extração da madeira a fazê-lo de modo não agressivo à natureza. A caixeta se reproduz a partir de rebrotos nascidos das raízes. Eles aparecem até mesmo em árvores jovens, o que é considerado bom, pois a maioria das árvores só se reproduz por meio de sementes produzidas apenas por árvores adultas - que levam muito tempo para crescer. Essa característica facilita o reflorestamento - ou seja, preserva a natureza. Com isso, a madeira da caixeta poderá se transformar na primeira das florestas naturais da Mata Atlântica a obter o selo verde, considerado um passaporte para a exportação. Ele é uma chancela de entidades ambientalistas, que criam critérios de preservação.