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Película que conserva 5 vezes mais os vegetais é desenvolvida (34 notícias)

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Uma recente película feita por pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em colaboração com o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), promete revolucionar a maneira como conservamos vegetais. A equipe criou uma película comestível que, ao ser aplicada em maçãs e mandioquinhas minimamente processadas, aumentou a vida útil desses alimentos de três para 15 dias. O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP, localizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

O material inovador é feito de pectina, um carboidrato solúvel utilizado em geleias para dar consistência, e glicerina, um plastificante comestível que confere flexibilidade à película. O diferencial está na adição de extrato de abricó, uma fruta rica em compostos fenólicos como quercetina, miricetina e kaempferol, conhecidos por seus efeitos antioxidantes e antimicrobianos.

Esta não é apenas uma vitória para a conservação alimentar, mas também para a saúde do consumidor. Luciana Rodrigues da Cunha, professora da Ufop e coordenadora do estudo, explica que a presença de compostos fenólicos na película não só aumenta a durabilidade dos alimentos, evitando desperdício, mas também os torna mais saudáveis. “São compostos estudados há muito tempo pela ciência de alimentos, importantes para aumentar a longevidade e reduzir os riscos de doenças crônicas”, afirma. Além disso, a pesquisa aponta o potencial da película em substituir conservantes artificiais.

Os ensaios in vitro demonstraram as propriedades antimicrobianas dos compostos fenólicos. Ao serem testados contra bactérias patogênicas como Staphylococcus aureus e Escherichia coli, os resultados mostraram uma redução da população desses microrganismos em cerca de 90%. Análises adicionais revelaram uma diminuição expressiva, embora menor que nos ensaios in vitro, de microrganismos em alimentos revestidos com a película.

Outro aspecto importante do estudo é a minimização do impacto sobre o sabor e a aparência dos alimentos. Segundo Cunha, é improvável que a película altere o sabor dos alimentos devido à sua finura e à quantidade limitada de extrato de abricó usado. A próxima fase da pesquisa focará em avaliações sensoriais para confirmar essas expectativas.

Frutas e verduras minimamente processadas, disponíveis em supermercados já cortadas e embaladas, tendem a ter uma vida útil reduzida devido à oxidação. A película desenvolvida pela equipe da Ufop e FoRC, por sua vez, apresenta uma solução eficaz para esse desafio, prometendo reduzir o desperdício de alimentos enquanto promove uma alimentação mais saudável.

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