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Película de abricó garante 5 vezes mais a validade de verduras e frutas (38 notícias)

Publicado em 20 de janeiro de 2024

Por Isadora Camargo

Abundante na região Norte do Brasil e em Minas Gerais, o abricó é um fruto multiuso nativo da Amazônia, das Antilhas e do México. Recentemente, recebeu a atenção de pesquisadores brasileiros diante das propriedades de proteção que estão no extrato da polpa.

Depois de alguns anos de pesquisa, desenvolveu-se uma película comestível contendo extrato de abricó para estender em cinco vezes a vida útil de frutas e verduras. O material foi feito com uma combinação de pectina (carboidrato solúvel presente na parede celular de vegetais e usado para dar consistência em geleias) e glicerina (plastificante comestível que dá flexibilidade à película).

Em seguida, foi incorporado ao material o extrato da polpa de abricó, que é rico em compostos fenólicos, como quercetina, miricetina e kaempferol.

Além da durabilidade, a película "torna os vegetais mais saudáveis para o consumidor em função da alta carga de compostos fenólicos, que são substâncias com efeitos antioxidantes e antimicrobianos", descreve o artigo fruto da pesquisa realizada na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em parceria com o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

“São compostos estudados há muito tempo pela ciência de alimentos, que já se mostraram importantes para aumentar a longevidade e reduzir os riscos de doenças crônicas. A película ainda tem o potencial de substituir os conservantes artificiais”, explicou, em nota, Luciana Rodrigues da Cunha, professora da Ufop e coordenadora da pesquisa.

O tempo de prateleira de maças e mandioquinhas processadas, que estão cortadas e embaladas sob refrigeração, passa de três para 15 dias, por exemplo.

As próximas etapas do estudo contemplam análise sensosrial para verificar se os consumidores conseguem perceber diferenças no sabor e na coloração de frutas cortadas com e sem a película, contou Cunha.

O tronco da árvore homônima fornece uma resina amarelada, que possui propriedades inseticidas, assim como as sementes da fruta. As flores também são aproveitadas e servem para fabricar licores.