Expedição de pesquisadores da USP busca obter informações mais precisas sobre espécies da ordem na região. Poraquês estão entre os grupos mais conhecidos de peixes-elétricos. Os peixes-elétricos mais conhecidos são os poraquês, que a depender da espécie podem emitir descargas elétricas de até 860 volts
Do dia 20 de fevereiro ao dia 2 de março, um grupo de cientistas da USP está vasculhando o fundo do Rio Negro, no Estado do Amazonas, além de igarapés e outros ambientes na região em busca de peixes da ordem Gymnotiformes .
Pouco conhecidos pela ciência, um exemplo deles é o peixe elétrico da espécie Iracema caiana, coletado uma única vez em 1968 e nunca mais encontrado por acadêmicos e curiosos.
A expedição foi planejada para obter informações mais precisas sobre os peixes elétricos e complementar os resultados inicialmente registrados durante sete anos de execução do projeto temático “Diversidade e Evolução dos Gymnotiformes”.
A iniciativa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), feita em parceria com a Smithsonian Institution (EUA) e coordenada pelo professor Naercio Menezes, pesquisador do Museu de Zoologia da USP.
Pesquisadores vão passar duas semanas num barco semelhante ao usado em uma série de expedições nos anos 1990 do projeto Calhamazon
Um dos resultados do projeto foi a descoberta e descrição de duas novas espécies de poraquê, em 2019. Os poraquês (Electrophorus spp.) são os mais conhecidos peixes-elétricos, em parte por seu tamanho (que pode chegar aos 2,5 metros), mas principalmente pela capacidade de emitir descargas elétricas de até 860 volts, capaz de paralisar presas e afetar seres humano por alguns segundos.
“A expectativa é coletar, durante a expedição, outras espécies desconhecidas para aumentar o conhecimento daquelas que já foram descritas durante o projeto mencionado, adicionando novos dados ao que já se conhece sobre peixes elétricos”, comenta Naercio.
Ao longo da viagem, os cientistas vão percorrer uma trajetória semelhante à do naturalista Alfred Russel Wallace (1823-1913) em 1850, quando documentou parte da fauna e da flora amazônica.
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