O presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (Fundepec), Pedro de Camargo Neto, garante que a carne de boi brasileira comercializada no país e no exterior não contém herbicidas.
Em reportagem publicada ontem no JORNAL DO BRASIL, a presidência da Associação Brasileira de Oxidologia (ABO) - baseada em pesquisa feita em grandes centros do país - advertia sobre os possíveis efeitos maléficos provocados por uma alimentação rica em carne vermelha. O problema, segundo o estudo, estaria no uso abusivo de herbicidas nas pastagens, que se acumulam na carne de boi que chega ao consumidor.
"O Ministério da Agricultura tem um programa de controle de resíduos, que faz regularmente exames na carne", observa Camargo Neto. "Os Estados Unidos e a Europa só compram nosso produto com esses laudos. E é bom deixar claro que o boi para exportação é o mesmo que se consome no Brasil."
Controle - O presidente da ABO e professor de bioquímica da Uni-Rio, Juarez Augusto de Oliveira, lembra que as análises do ministério são feitas por amostragem e que o número de fiscais é pequeno no país. "Alguns frigoríficos realmente têm um controle rigoroso, mas outros abusam dos herbicidas sem qualquer cerimônia", rebate.
Camargo Neto alega que a pesquisa feita pela ABO não seguiu critérios científicos. "Partiu-se do pressuposto de que a carne tem herbicidas e deduziu-se que seu consumo produz radicais livres que prejudicam o organismo", argumenta. "A história de que os herbicidas são usados para tratar as verminoses do gado é uma grande bobagem. Nunca ouvi falar disso."
"Nossas amostras foram colhidas em açougues de várias cidades do país. A presença de herbicidas foi constatada em laboratório. Como congelamos as amostras usadas no estudo, podemos apresentá-las a qualquer fiscal do ministério que queira examiná-las, desde que a imprensa esteja presente", diz Juarez.
O presidente da ABO confirma sua advertência sobre o consumo de carne vermelha: "O risco é real. Não estou aconselhando a parar de comer carne, mas a pesquisar sua procedência para se certificar de que o produto é bom".
Notícia
Jornal do Brasil