Figura humana única, sem precedente. Não fosse Zelia, Jorge não seria tão Amado, como personalidade bonachona, aberta, acessível. Era de Zélia o mérito da casa sempre aberta, onde se podia entrar por todos os lados — não era uma casa, era uma praça! E a mesa sempre posta e farta para todos. E a palavra sempre franca. E o retorno sempre pronto aos telefonemas dos jornalistas, que eram recebidos e tratados como bons e fraternos amigos. Isso era a Zélia. Encerra-se uma página rica, colorida, intensa da baianidade. Foi-se a Zélia...
REI MORTO, rei posto. A Sessão da Saudade por Zélia Gattai, na Academia de Letras, será desta vez antecipada num dia, para depois de amanhã, pois quinta é feriado. Os candidatos à vaga de imortal da Zélia têm menos tempo para mexerem seus pauzinhos até lá, pois depois a sorte estará lançada. Nomes já em ação: com apoio do imortal Eduardo Portela, Geraldo de Holanda Cavalcanti, pernambucano como o acadêmico Marco Maciel, que o apóia; o ministro do Supremo Eros Grau tem apoio do imortal Ledo Ivo; o genial Ziraldo é apoiado por Sábato Magaldi; Rosiska Darcy de Oliveira tem apoio de Celso Lafer e parece que só dele, pois a ala efeagacista da ABL se limita a Lafer...
POR FIM, o nome tido como mais cotado para a vaga de Gattai: o jornalista Luiz Paulo Horta, grande amigo do ex-presidente da ABL Tarcísio Padilha. Por ser pessoa amena, sem arestas, aparentemente Luiz Paulo soma mais simpatias. A não ser, é claro, que se lance um nome de impacto, como Antonio Candido ou Oscar Niemeyer. Aí, não tem pra ninguém...
COMO SERÁ a Sessão da Saudade de quarta-feira? Todos os presentes falarão sobre a já saudosa Gattai. Por ordem de antiguidade, os cinco mais antigos que falarão são: Eduardo Portela (o decano José Samey não vai falar porque está no exterior), Arnaldo Niskier, Evaristo de Moraes, que também não vai falar porque não freqüenta mais a ABL, e Marcos Vilaça...