Quem o ouve dizer que descobriu arquitetura aos seis anos de idade pode pensar imediatamente que ele vem de uma família de arquitetos ou algo assim. Mas, não. Tudo aconteceu quando encontrou, por acaso, a planta da própria casa. Passou horas identificando, apreciando cômodo por cômodo e, então, decidiu que era aquilo que queria fazer o resto da vida.
Hoje, aos 54 anos de idade, Paulo Scarazzato ainda vive em sua cidade natal - Jundiaí, no interior de São Paulo.
Concluiu o curso de Arquitetura, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), no mesmo ano em que se casou em 1979.
Pai de cinco filhos, com idades entre 16 e 28 anos, possui no currículo os títulos de mestre e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela mesma faculdade que o formou , onde leciona desde 1981, dois anos depois de ter concluído a graduação. Posteriormente, tornou-se professor também na Unicamp e na PUC de Campinas, sendo, atualmente, vinculado às três universidades.
Na área acadêmica exerce funções docentes em conforto térmico, acústica arquitetônica e desenho livre, e de pesquisa em iluminação natural e artificial aplicadas ao projeto de edifícios e de espaços urbanos.
Para não perder a mão"e pelo simples prazer de projetar, desenvolve esporadicamente, de forma independente, projetos arquitetônicos nas área residencial, comercial, industrial e religiosa. Atua, também, na iluminação de prédios históricos tombados, como museus, igrejas e centros culturais, além de edifícios administrativos e lojas.
É filiado ao Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB); à Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac); à Sociedade de Engenharia de Iluminação da América do Norte (lES, na sigla em inglês) e membro da Comissão Internacional de Iluminação no Brasil (CIE Brasil).
Em entrevista exclusiva à Lume Arquitetura revela os percalços de sua carreira entrelaçada à vida pessoal desde a infância. Fala de seu gosto pelo ambiente acadêmico, de suas pesquisas e convicções sobre o ramo da iluminação, com a profundidade do professor e o entusiasmo do menino que talhou seu caminho e o seguiu, sem pestanejar e nem olhar para os lados.
Lume Arquitetura: De onde surgiu o seu gosto pela arquitetura? Existem outros profissionais do setor na sua família?
Scarazzato: A vocação pela arquitetura surgiu quando eu tinha seis anos de idade. Por uma dessas casualidades da vida tive acesso ao projeto da casa onde morava e passei um bom tempo me deliciando com a planta, cortes e elevações. Talvez pelo fato de ser a casa em que sempre vivi desde o meu nascimento, cada elemento do desenho me era bastante familiar. Logo localizei meu quarto, a sala, o banheiro e os demais ambientes.
Fiquei encantado com a fachada desenho e realidade construída se entrelaçaram de um modo bastante natural. Maravilhado com aquela descoberta, tratei de me informar com meu pai, que era da área mecânica, que profissional fazia aquele tipo de trabalho. A partir daí decidi que seria arquiteto. O primeiro e, até hoje, único na família.
Lume Arquitetura: Existe algum arquiteto no qual você procurou se espelhar no começo da carreira?
Scarazzato: No tempo de graduação fiquei fascinado com o modernismo, tanto pela sua pureza formal como pela apropriação da luz do dia nas obras de Alvar A alto e de Louis Khan. O livro "Mensaje a los Estudiantes de Arquitectura" - em especial o capítulo "Situviese que ensiñarles Arquitectura" [ Le Corbusier] se constituiu numa das minhas leituras preferidas, então.
Esse capítulo não faz parte da obra original, só se encontra apenas na edição argentina de 1961 (Edciones Infinito). Trata-se de um artigo escrito pelo autor e publicado pela revista Architectural Design, em fevereiro de 1959. A editora obteve licença do próprio Le Corbusier para tal inserção.
Outras grandes influências foram Rino Levi, Afonso Eduardo Reidy e Lúcio Costa, em especial com relação ao controle da insolação em alguns de seus mais significativos projetos. Hoje, Álvaro Siza, John Pawson e o brasileiro Lelé [João Figueiras Lima] são referências que recomendo aos estudantes de arquitetura. A luz em suas obras é sempre uma verdadeira lição a ser apreendida.
Lume Arquitetura: Como foi o início de sua carreira? Você trabalhou em escritórios de arquitetura ou de iluminação? Scarazzato: Nos tempos da graduação estagiava nos períodos de férias escolares num escritório de arquitetura em Jundiaí, e, tão logo me formei, comecei com meu pequeno escritório também em minha cidade natal, com atividades voltadas ao projeto de arquitetura. Desde o início havia um fascínio pela iluminação natural e um cuidado com o controle da insolação.
Esses dois aspectos eram trata dos sempre com muito carinho nos projetos. A iluminação artificial, por sua vez, de início era trabalhada apenas intuitivamente, mas com o cuidado de buscar a modelagem do espaço, de modo a transcender a mera distribuição de pontos de luz. Menos de dois anos depois de formado voltei à FAU-USP como professor, ao mesmo tempo em que iniciava o curso de mestrado e continuava com meu escritório.
Lume Arquitetura: Você teve experiências fora do País? Quais? Scarazzato: Em 1989 fui aceito no curso de mestrado em iluminação da Bartlett School, em Londres, que acabou sendo preterido por força dos projetos que estava desenvolvendo na ocasião e pelos encargos de família, que já contava à época com quatro crianças. Assim, as experiências fora do País ficaram por conta da participação em congressos, todos vinculados às minhas atividades acadêmicas de docência e pesquisa.
Em 1996, com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), fiz a apresentação oral de um trabalho, no Japão, sobre a minha tese de doutoramento. Em 2005, graças ao patrocínio da IAE EL (International Association for Energy Efficient Lighting) fiz a apresentação oral de trabalho na "Right Light 6", na China, sobre o ensino da iluminação na formação de arquitetos.
E, em 2006, novamente com apoio da Fapesp, estive no Canadá para apresentar trabalho de pesquisa desenvolvido conjuntamente na USP e na Unicamp, sobre sensores fotos sensíveis de baixo custo para uso em modelos em escala reduzida, no Building Physics 2006 - evento promovido pela IABP (Internacional Association of Building Physics) - e também para participar de eventos promovidos pela IEA (Agência Internacional de Energia) e pela CIE (Comissão Internacional de Iluminação), bem como para uma visita técnica ao NRC - National Research Council.
Lume Arquitetura: Fale mais sobre a sua pesquisa sobre sensores fotos sensíveis de baixo custo. Do que são feitos? Por que eles são de baixo custo? A idéia foi aproveitada pelo mercado? Houve mais desdobramentos? Scarazzato: Invariavelmente equipamentos de precisão têm custo elevado, e os de iluminação não são exceção à regra. Tive a feliz oportunidade de orientar simultaneamente dois alunos de mestrado: Flavia Ciampini, na Unicamp, e Marcos Hideki Yamanaka, na USP que estavam envolvidos com o tema. Ela, arquiteta, estava interessada em fazer medições de iluminação natural em modelos físicos em escala reduzida, e ele, da área eletrônica, disposto a pesquisar a possibilidade de desenvolver sensores de baixo custo.
Foram testados e calibrados fotorresistores e fotodiodos, que são componentes sensíveis à luz amplamente utilizados em dispositivos eletroeletrônicos e que são de baixo custo. O desafio ficou por conta de todos os arranjos necessários para calibragem dos sensores de acordo com as necessidades das medições nos modelos, com o desenvolvimento de software específico e com o projeto e construção de um datalogger, dispositivo no qual são armazenadas as informações das leituras de cada sensor, para posterior transferência dos dados para um microcomputador, para análise. Os resultados foram bastante adequados e o próximo passo pretendido é o registro do equipamento para posterior transferência a quem possa vir a se interessar em comercializá-lo.
Acreditamos que as escolas e cursos de arquitetura sejam os interessados em potencial, seguidos por empresas de consultoria especializada, um mercado com enorme potencial a ser explorado no Brasil. O equipa mento, com resposta suficientemente adequada para o fim a que se destina, tem um custo estimado em cerca de apenas um terço de um equivalente, comercial, que é importado.
Lume Arquitetura: Quando surgiu a idéia de se dedicar ao campo acadêmico?
Scarazzato: Ainda na graduação, quando tive oportunidade de ser aluno- monitor junto ao Departamento de Tecnologia da FAU-USP e bolsista de Iniciação Científica do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], com trabalho na área de conforto ambiental. Certamente aquelas duas experiências me abriram as portas para o ingresso como docente na mesma escola onde me formei. Sempre gostei de estudar, de frequentar escola.
Lume Arquitetura: Hoje, você desenvolve projetos ou se dedica em tempo integral ao ensino?
Scarazzato: Atuar em três universidades, e em duas delas com atividades na graduação e na pós-graduação, consome muito tempo para uma atuação mais forte no universo do projeto vinculado ao mundo profissional não-acadêmico. Por outro lado, isso tem me possibilitado a oportunidade de escolher os projetos que me interessam, e essa experiência acaba tendo rebatimento na prática docente e vice-versa.
Lume Arquitetura: A quais trabalhos você tem se dedicado nos últimos anos?
Scarazzato: Na área da iluminação, dois trabalhos bastante gratificantes foram os da Casa Número Um, que está em processo de restauração e que deverá abrigar a Casa da Imagem, integrante do Museu da Cidade de São Paulo; e a Capela do Hospital das Clínicas da Faculdade de M da USP uma pequena jóia, extremamente simples, mas que conta com vitrais de Di Cavalanti, afrescos de Pennacchi e esculturas de Brecheret. Na capela, as obras ainda não foram iniciadas.
No universo acadêmico, as experiências marcantes na graduação têm sido o ensino da iluminação natural e artificial, como disciplina de projeto. Na USP isto vem ocorrendo através do oferecimento de disciplina optativa, e na Unicamp como disciplina obrigatória. Já na pós-graduação, o trabalho de orientação tem resultado em bons frutos.
Lume Arquitetura: Você acredita que o ensino da arquitetura e iluminação no Brasil pode ser equiparado ao de escolas conceituadas da Europa e EUA? Se não, onde somos mais falhes?
Scarazzato: Costumamos mitificar um pouco a excelência do ensino nos países desenvolvidos e criticar demais o que temos no Brasil. Já disse isso em outras ocasiões e reitero: as principais escolas de arquitetura do Brasil têm bom nível de ensino da iluminação. O gargalo, entretanto, fica por conta, muitas vezes, da desvinculação do ensino da matéria em relação ao ensino do projeto. Entendo que a aproximação entre o ensino do projeto e o ensino específico da iluminação seja o melhor caminho para o oferecimento de uma formação mais qualificada.
Lume Arquitetura: O que falta para que a profissão de lighting designer arquitetônico seja regulamentada no Brasil?
Scarazzato: Não apenas no Brasil, mas, salvo engano, o lighting designer não é ainda profissão oficialmente reconhecida como independente em nenhum país. No PLDC de 2007 [ convenção de lighting designers profissionais realizada em Londres] foi lançado um manifesto pela regulamentação da profissão e esse assunto foi, inclusive, tratado numa nas edições da revista Lume Arquitetura.
Arriscaria dizer que o que ainda falta para a regulamentação da profissão no Brasil é massa crítica, além de muita articulação política. Um exemplo bastante próximo é o da criação do CAU, Conselho próprio dos arquitetos e urbanistas, que ainda não foi oficializado, a meu ver, pela enorme pressão contrária do sistema Crea/Confea. Infelizmente, parece que questões político-econômicas se sobre põem ao bom senso.
Lume Arquitetura: Qual deve ser o papel das associações rumo à regulamentação da profissão? Os que os profissionais podem fazer para contribuir com esse trabalho? Scarazzato: Como já tive oportunidade de me manifestar via Lume Arquitetura, o maior problema, a meu ver, é que as associações brasileiras parecem muito fechadas em si mesmas e, com esse posicionamento, podem estar afugentando muitos profissionais da iluminação e outros interessados na matéria, que são potenciais candidatos a se associarem. Além disso, parece que elas competem entre si, o que não é uma boa prática. Ainda falta maior abertura para atrair mais profissionais e estudantes.
A IES, por exemplo, que é reconhecida internacionalmente, é bastante aberta à filiação e tem, inclusive, um comitê de relações institucionais que faz um trabalho de arregimentação de novos associados junto às universidades norte-americanas. Quanto aos profissionais, eles têm mostrado excelentes trabalhos, independentemente de serem ou não membros desta ou daquela associação. Reiterando o que mencionei anteriormente, associações profissionais devem se unir para terem força de articulação política para lutarem pela regulamentação da profissão.
O caminho a percorrer ainda me parece bastante longo e existem também considerações jurídicas implícitas nesta questão. Se o designer de iluminação é uma atividade de nível superior, será necessário definir qual ou quais os cursos que podem conferir habilitação legal para seu exercício, ou mesmo se haverá necessidade de criação de curso específico.
Há de se definir, também, qual o corpo de conhecimentos mínimos exigido para a obtenção de certificado e registro profissional. Outra questão é que tal regulamentação não poderá considerar não habilitados os profissionais que atuem na área quando de sua oficialização.
Lume Arquitetura: O que é necessário para ser um bom arquiteto ou lighting designer?
Scarazzato: Muita dedicação, com paixão. Bom profissional é aquele que sempre vibra com o que faz, que sempre procura inovar e colocar emoção no seu trabalho, independentemente da escala do projeto. Isso tudo com atualização constante. E essa escolha, inevitavelmente, impõe sacrifícios. Certa vez, alguém maravilhado com a brilhante apresentação de um pianista foi cumprimentá-lo e disse que sacrificaria a própria vida para tocar tão bem quanto ele. O pianista sorriu com delicadeza e respondeu: "Pois é, eu sacrifiquei a minha!" Entendo que seja por aí. Toda opção significa, antes de tudo, renúncia.
Lume Arquitetura: Em sua opinião, os projetos têm considerado o item "conforto ambiental" tão relevante quanto deveriam?
Scarazzato: Ainda não chegamos lá.
Mas o nível de consciência dos agentes envolvidos, que são os empreendedores e usuários, tem crescido bastante nos últimos anos. Coisa rara há dez anos, hoje é comum encontrarmos referências sobre autoria da iluminação em boa parte dos projetos veiculados nas nossas revistas especializadas em arquitetura.
Lume Arquitetura: Em que momento do projeto arquitetônico a iluminação deve ser planejada?
Scarazzato: A iluminação deve ser entendida como um dos parâmetros do projeto arquitetônico e não como algo complementar ou, pior, um simples adereço. Assim, o ideal é que as questões relacionadas ao fenômeno luz sejam tratadas desde as etapas iniciais do projeto e que desde o começo o consultor de iluminação possa - e deva - estar presente.
Independentemente disso, se o autor do projeto de arquitetura tiver formação mínima para o trato da questão, deverá ser capaz de, desde os riscos iniciais, projetar com a luz, seja a provida gratuitamente pela natureza durante o dia, seja a acionada via eletricidade à noite ou nas situações em que a disponibilidade de luz do dia seja pequena. Quanto mais os projetos levarem em conta a luz, melhores serão as condições de trabalho de integração entre autores do projeto de arquitetura e os consultores de iluminação.
Lume Arquitetura: Você acredita que os arquitetos estão preparados para aproveitar a iluminação natural, que é abundante em nosso País? Ou ainda há muito projetos equivocados que ao invés de ajudar a economizar a energia fazem o efeito contrário captando luz e calor em excesso, por exemplo?
Scarazzato: Estamos numa fase de transição. Contrariando o que seria "lógico", arrisco dizer que as novas ge rações de arquitetos estão enfrentando com mais maturidade essas questões do que arquitetos mais "experientes", que se formaram, exerceram e ainda exercem a profissão sem terem na bagagem o repertório mínimo necessário para trabalhar com a iluminação natural de forma, ao menos, satisfatória.
E isso ocorre porque as novas gerações tiveram e estão tendo a oportunidade de um contato mais adequado com o trato da questão em seus cursos de graduação, ao menos nas boas faculdades e universidades brasileiras, que não têm medido esforços no ensino da matéria.
Lume Arquitetura: Hoje, os projetos sustentáveis são economicamente viáveis para abarcar a maior parte da população?
Scarazzato: Por que não? O importante é desmistificar o conceito e se eximir de modismos. Trabalhar bem com a luz do dia, por exemplo, já é uma excelente maneira de praticar a sustentabilidade, e o mesmo se aplica aos projetos de iluminação artificial quando trabalhados com fontes e luminárias eficientes e, sempre que possível, quando integra dos à iluminação natural.
Lume Arquitetura: Em sua opinião, os profissionais brasileiros têm feito bom uso das tecnologias em iluminação disponíveis? Ou ainda estão usando, sem muito critério, os equipamentos da "moda"?
Scarazzato: Existem as duas coisas. De um lado, os profissionais que se dedicam com profissionalismo à iluminação. Estes têm trabalhado com qualidade excepcional, a toda prova. Já os que se aventuram ao universo da iluminação sem o preparo minimamente adequado estão fazendo muitas bobagens. Ocorre no campo da iluminação o mesmo que na arquitetura - muito do que se faz não é realizado por profissionais da área.
Lume Arquitetura: O que a tecnologia, em geral, trouxe de bom e de ruim?
Scarazzato: O avanço tecnológico é sempre benéfico. O ruim fica por conta do mau uso que se faz da tecnologia. No campo da iluminação, o período mais negativo foi o que se situou entre a década de 1950 e meados da década de 1980, no qual a popularização da lâmpada fluorescente, associada à oferta de energia barata, não serviu de motivação para avanços na concepção fontes de luz, luminárias e equipamentos auxiliares mais eficientes, do ponto de vista da energia, e com melhores condições de controle de ofuscamento, no caso das luminárias. Nesse período, as boas práticas da iluminação natural, por sua vez, caíram em desuso. Foi preciso o susto das duas crises do petróleo na década de 1970 para despertar governos, indústrias, centros de pesquisa e profissionais para agrada situação e necessidade de mudanças, que felizmente começaram a aparecer a partir de meados da década de 1980. A crise atual, também deve servir para consolidar esta transição. Até mesmo o discurso do governo central dos EUA já mudou, e o que se espera são novas abordagens, nova consciência, não somente no campo da iluminação, mas no da sustentabilidade como um todo.
Lume Arquitetura: Você considera os softwares indispensáveis? Quais deles você recomenda?
Scarazzato: Sem dúvida são indispensáveis, mas, como bem observa Howard Brandston, em seu livro "Learning to See. A Matter of Light", o mais importante na formação do profissional da iluminação é o exercício do olhar. Sem sensibilidade para a luz, é impossível trabalhá-la de modo satisfatório.
Quanto aos softwares, a recomendação básica é que se trabalhe com os que foram feitos especificamente para estudos da iluminação, e que nunca se fie naqueles que são para geração de imagens somente, ainda que, suposta mente, permitam a inserção da latitude e tipo de céu, ou de luminárias contidas num banco de dados.
Estamos numa fase de validação de softwares de iluminação - a CIE já tem documentação que regulamenta os passos a serem seguidos para tal vali dação. Para download gratuito e já vali dado temos o Desktop Radiance (http:// radsite.lbl.gov/radiance/HOME.html).
Em fase final de validação, o brasileiro Apolux (www.labcon.ufsc.br/foton). Outros certamente deverão engrossar esta listagem; entre eles, provavelmente, o DIALux e o RELUX, também gratuitos, e o AGI 32 e o Ecotect, que são pagos.