A árvore-símbolo do Brasil fará companhia aos jerivás e às palmeiras-imperiais. Em fevereiro, o Projeto Pomar irá plantar uma nova espécie em seu jardim: o pau-brasil (Caesalpinia echinata).
O Instituto de Botânica, que fornece instruções ao Pomar quanto ao plantio e à manutenção das espécies, iniciará uma pesquisa para ampliar os conhecimentos sobre o pau-brasil. O trabalho será desenvolvido em três módulos e o Pomar participará de dois deles.
O primeiro módulo trata da história, distribuição geográfica, formas de exploração, remanescentes, variabilidade genética e formas de multiplicação da espécie. Também nessa primeira etapa, os pesquisadores vão diagnosticar a adaptação da espécie ao ambiente urbano. Um bosque de pau-brasil será então implantado no Pomar.
No segundo módulo, os estudos serão concentrados em obtenção de sementes, formas de germinação e conservação, cultivo de mudas, formação de bancos de sementes e efeitos ambientais sobre a espécie jovem. Esse estudo será feito na sede do Projeto Pomar.
O terceiro módulo é um estudo da madeira do pau-brasil Visa avaliar o potencial de adaptabilidade da espécie no ambiente urbano, analisando-se a velocidade de crescimento e a anatomia da árvore.
ESTUDO VERIFICARÁ USO DA PLANTA NA CIDADE
Os coordenadores do projeto, Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro e Cláudio José Barbedo, têm ainda planos maiores. Se, após o experimento, que durará dois anos, o pau-brasil se mostrar bem adaptado às condições urbanas, poderá ser utilizado em arborizações nos mais diversos locais do Estado.
No Pomar, o bosque do pau-brasil ficará próximo à área da Cetesb. Além de testar o efeito da poluição vinda da queima de combustível dos veículos que trafegam pela Marginal, será também considerado o efeito dos poluentes emitidos pelo Rio Pinheiros sobre as plantas. A cada três meses, os pesquisadores retirarão um sublote de pau-brasil do Pomar para análise.
A amplitude da pesquisa, apoiada pela Fapesp. vai preencher uma grande lacuna, que é justamente a falta de dados científicos sobre o pau-brasil. A espécie, além de árvore-símbolo do Brasil foi a primeira fonte econômica na História do País. Ao final do projeto, que custará R$ 540 mil, será criado um banco de dados sobre o pau-brasil reunindo informações úteis para recuperação de florestas degradadas.
A capacitação dos professores realizada no Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do Pomar incluirá, a partir deste ano, o pau-brasil. Os pesquisadores do Instituto de Botânica fornecerão informações precisas para que os professores trabalhem a espécie com os estudantes em sala de aula.
"O bosque do pau-brasil vai complementar o Projeto Pomar," afirma o secretário de Estado do meio ambiente, Ricardo Trípoli. "Os professores poderão acompanhar a pesquisa e trabalhar com os alunos em sala de aula. Há dificuldade em encontrar dados sobre o pau-brasil e queremos que o NEA se torne uma referência para os professores," completa.
As escolas voltam a visitar o Projeto Pomar a partir de fevereiro. É preciso agendar com antecedência, telefonando para o número, (0xx11) 5892-2655.
Notícia
Jornal da Tarde