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Nexo Jornal

Patrícia Morellato: mudanças climáticas e biodiversidade (5 notícias)

Publicado em 20 de setembro de 2023

Como se conectam mudanças climáticas e biodiversidade?

Neste vídeo, a professora da Unesp Patrícia Morellato explica como se conectam mudanças climáticas e biodiversidade.

“As mudanças do clima têm efeitos sinérgicos na perda de biodiversidade. E o que isso quer dizer? Que as mudanças do clima, como os aumentos de temperatura e na frequência de eventos extremos, como secas e enchentes, que temos visto recentemente, se somam a outras alterações causadas pelo homem, como por exemplo, mudanças no uso da terra, desmatamento, mineração, fragmentação de ambientes naturais, intensificando, então, a perda da biodiversidade”, disse.

“O que fazemos no Programa Mudanças Climáticas é buscar estimular discussões e promover pesquisas em vários desses temas centrais à mudança do clima, que incluem, a conservação da biodiversidade, agricultura, cidades, saúde, previsão do clima, além das questões sociais e econômicas. Essa não é uma tarefa fácil, porque se eu falar em biodiversidade, mudança do clima, eu vou estar também tendo que atravessar para outros temas, o que a gente chama de transdisciplinaridade. Atualmente, por exemplo, o Programa está pensando numa chamada, numa meta, de trazer essa discussão de várias disciplinas focadas nas mudanças climáticas, por exemplo, nas cidades, que agregam todos os temas que o Programa Mudanças Climáticas aborda no seu plano estratégico. E paralelamente, além do Programa Mudanças Climáticas, a FAPESP, como uma fundação de fomento à pesquisa, tem outros programas independentes, por exemplo, programas de centros de pesquisa e inovação e difusão de longa duração. Esse ano foram aprovados 2 centros que tocam diretamente nessa questão das mudanças climáticas: o Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudança do Clima, que é sediado na Unesp, mas tem pesquisadores de várias universidade, e o Centro de Estudos de Carbono na Agricultura (CCarbon), que está sediado na USP, na Esalq de Piracicaba, mas também um grupo muito diverso de pesquisadores. Então, existem muitas maneiras em que a FAPESP, não só o Programa de Mudanças Climáticas, quer trazer ciência e soluções para essa questão”, afirmou.

“Ja estamos sofrendo efeitos de mudanças climáticas e as atitudes têm que ser maiores e mais rápidas. A chave agora é, além da pesquisa e de soluções baseadas em ciência, é a difusão da informação e do conhecimento sobre mudanças climáticas, para as pessoas entenderem o que é, como elas têm que conviver e podem conviver com isso. Não só é importante e fundamental, como é um direito das pessoas. E, nesse sentido, a gente deveria incorporar também a educação em mudanças climáticas para a sociedade. A sociedade tem o direito de saber sobre as mudanças climáticas e como conviver com elas. E assim também poder atuar como cidadão reivindicando as soluções que precisamos para esse fenômeno que já está aí”, disse.