- Entre 2002 e 2011, o número de depósitos de pedidos de patente no Brasil aumentou em 71%, correspondendo a uma taxa média anual de crescimento de 6,1%: 79% a mais do que observado nos países da América Latina, e 35% maior do que a média mundial. Os dados estão em estudo recente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sobre a utilização da Propriedade Intelectual no Brasil, realizado em parceria com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
A pesquisa do INPI e OMPI mostrou expressivo avanço na procura por patentes no Brasil, entre 2002 e 2011, refletindo a confiança no sistema de patentes nacional. O aumento de depósitos no País foi favorecido pela entrada de pedidos de patente internacionais. Em 2011, 80% dos depósitos feitos no Brasil foram por estrangeiros.
De 2000 a 2011, a distribuição dos pedidos de patente nos setores tecnológicos manteve-se sem alterações relevantes. O setor de química respondeu pelo maior market share, com mais do que 40% do total, seguido da engenharia mecânica (mais do que 20%), engenharia elétrica (14%), instrumentos (11%) e outros setores (7%).
Neste mesmo período, os dez maiores depositantes foram não residentes - Qualcomm, Basf, Procter & Gamble, Unilever, 3M, Novartis, Philips, Microsoft, Du Pont, e Kimberly Clark -, reforçando a forte presença do setor químico.
Os principais depositantes nacionais foram universidades e fundações, e só duas empresas privadas nacionais: Petrobras, Unicamp, USP, Whirlpool, UFMG, Fapesp, UFRJ, Fapemig, UFRGS, e Multibrás. Isso mostra que as instituições de ciência e tecnologia deram mais atenção ao uso das patentes em seus negócios do que empresários e indústria nacional. Outra leitura desses dados é a de que a inovação no Brasil pôde ser verificada com maior presença nas instituições de ciência e tecnologia do que na indústria.
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Especialista no Dannemann Siemsen