A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) serão parceiros na criação do Observatório de Clima e Saúde da América Latina (Observatorium), que vai compilar e organizar informações ambientais, climáticas, epidemiológicas, socioeconômicas e de saúde pública. O objetivo da parceria é criar um banco de dados e relacionar mudanças climáticas globais e respectivos efeitos sobre a saúde humana.
O Observatorium vai utilizar fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus).
– A ideia é criar uma nova política nacional de acesso aos dados já disponíveis e arquivados em múltiplas instituições do país, de modo que uma única plataforma tecnológica na internet permita a consulta compartilhada às informações e à produção de conhecimentos sobre o assunto – diz o coordenador do projeto no Inpe, Antônio Miguel Vieira Monteiro.
O Observatorium se propõe a unir três questões: ciência de qualidade, inovações tecnológicas e ferramentas para o suporte e a decisão política.
– Trata-se de uma nova proposta de apoio à gestão e aos serviços de saúde com bases científicas e tecnológicas – explicou Monteiro, que coordena o Programa Espaço e Sociedade do instituto.
Os pesquisadores envolvidos com o projeto trabalham na elaboração de um inventário de dados sobre clima e saúde.
– Dados já existem em grande quantidade. O mais importante agora é consolidar essas informações e definir quem são os produtores de dados mais importantes nas relações associadas aos processos de saúde e doença derivadas de clima e meio ambiente – disse.
Pessoas que não estejam vinculadas a nenhuma instituição, explica o pesquisador do Inpe, também poderão alimentar o Observatorium com dados novos por meio da “Base Viva”, ferramenta que permitirá a inserção de informações sobre eventos naturais e condições de saúde da população.
– Os dados provenientes dessa participação externa, em que as pessoas poderão contar casos isolados e pontuais de suas cidades, por exemplo, terão um tratamento diferenciado para a consolidação de uma base paralela – diz Monteiro.
Uma versão piloto do Observatorium deverá ser lançada até o fim de 2009. Na Fiocruz, o projeto, que conta com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, é coordenado pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict). As informações da Agência Fapesp.