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Parceria estuda meios de ampliar preservação da biodiversidade em áreas de mineração (2 notícias)

Publicado em 08 de setembro de 2022

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Por Jornal da USP

A busca pela sustentabilidade e preservação da biodiversidade não é de responsabilidade apenas da legislação, mas sim de uma força-tarefa que inclui as iniciativas privadas. A crise climática atinge níveis assustadores e, cada vez mais, os governos estão sendo pressionados para conhecer melhor quais são os seus impactos e o que fazer para evitar essa situação. Nesse contexto, a USP fechou uma parceria de cinco anos com a Alcoa para a revisão do Plano de Ações para Diversidade de Juruti, onde se localiza uma mina de bauxita, no oeste do Pará.

A parceria visa a estudar formas de mitigar a perda de biodiversidade e diminuir os impactos da intervenção tanto nas minas quanto ao redor delas. Alcançar a meta de Perda Líquida Zero – para cada área desmatada, deverá ser replantado o mesmo tanto – , porém, não é fácil. “Para que uma nova mina seja aberta, ou para minas que já operam possam continuar funcionando, é muito comum que seja necessário suprimir vegetação nativa ou algum outro tipo de intervenção que cause impactos sobre a biodiversidade”, explica o professor Luis Enrique Sanchez, titular do Departamento de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da USP.

Como não é possível escolher o local onde surgem as reservas de minerais, pensar na prevenção e restauração ecológica é essencial, visto que as perdas são inevitáveis. “Então, tem que haver um planejamento robusto, um compromisso de várias partes, liderado pela empresa, evidentemente, mas envolvendo a participação dos órgãos governamentais e o envolvimento também das comunidades locais”, ressalta Sanchez.

As empresas de mineração, por sua vez, já são obrigadas, por lei, a recuperar partes da área degradada e atualmente agem para que o balanço final seja equilibrado ou pelo menos positivo.

Impactos dentro e fora da Universidade

Esse convênio entre a USP e a Alcoa é um desdobramento de uma pesquisa apoiada pela Fapesp sobre impactos da mineração na biodiversidade. O objetivo é produzir conhecimento que possa ser aplicado em outras empresas, mas os impactos podem ser sentidos também dentro da Universidade. Para isso, há a inclusão de alunos de mestrado, doutorado e iniciação científica do Departamento de Minas da Escola Politécnica da USP.

Testes, artigos e textos acadêmicos, assim como a produção de um texto de divulgação com linguagem acessível que apresente os resultados, métodos de trabalho e quais são os impactos que a pesquisa pode ter fora da universidade, são os modos de ampliar o alcance da pesquisa. A recuperação de áreas desmatadas na mineração é um problema de urgência: “É preciso outras ações em cooperação com outros agentes, públicos e privados, para que se possa preencher esse lapso nessa demora entre os resultados da recuperação”, finaliza o professor.