As propriedades nutricionais da jabuticaba têm sido cada vez mais estudadas por pesquisadores.
A frutinha originária do Brasil apresenta potencial para ser usada no controle da glicemia , um dos principais problemas metabólicos do corpo.
Desta vez, pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) avaliaram as vantagens de um pão produzido com a farinha da casca de jabuticaba em comparação com a ingestão de um pão de fermentação longa. Os resultados foram publicados na revista Foods em setembro.
Apesar de o pão ser um alimento bastante consumido, sua composição é rica em carboidratos que geram picos de açúcar no sangue acentuados. Os cientistas desejavam verificar se a farinha da casca de jabuticaba representaria vantagens no controle da glicemia se entrasse na massa.
De acordo com a pesquisa, a farinha da casca de jabuticaba gerou um aumento significativo de mais de 50% nas fibras. Além disso, a capacidade antioxidante do alimento aumentou de 1,35 para 3,53 vezes.
Para avaliar a ação no controle da glicemia , os participantes foram convidados a ingerir primeiro o pão feito pelo método de fermentação natural longa e, uma semana depois, provaram o pão com a inclusão da farinha da casca da fruta.
Os exames realizados mostraram que o pico de glicemia do pão sem a adição da farinha de jabuticaba ocorreu cerca de 30 minutos após a ingestão e permaneceu alto por até 45 minutos. Já no caso do alimento contendo a farinha da casca de jabuticaba houve um pico mais tardio (após 45 minutos) e menos proeminente, decaindo suavemente ao longo de três horas.
“Se tivermos menores aumentos na glicose e na insulina após as refeições, teremos menos chance de desenvolver diabetes e síndrome metabólica. Além disso, em quem já tem alterações na glicemia, controlar os aumentos da glicose após as refeições pode reduzir o risco de doenças cardíacas. Por fim, podemos aumentar a vida útil das células produtoras de insulina”, destacou um dos autores do artigo, Bruno Geloneze, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, em entrevista à Agência FAPESP.
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