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País economiza R$ 19,3 bi por ano por causa de metrô de SP

Publicado em 03 junho 2013

O Brasil deixa de perder por ano R$ 19,3 bilhões por causa do metrô de São Paulo, de acordo com o estudo A Economia Subterrânea: Rastreamento dos Impostos mais Amplos do Sistema de Metrô de São Paulo, coordenado pelo professor-titular do Departamento de Economia da Faculdade de Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Eduardo Amaral Haddad.

De acordo com o trabalho, os R$ 19,3 bilhões correspondem a dois terços do custo de construção de toda a rede de metrô da cidade. Se o valor fosse investido no próprio sistema, seria possível duplicá-lo com o dinheiro poupado em menos de um ano e meio.

“O metrô atende diariamente 4 milhões de passageiros. Setenta por cento das viagens correspondem a idas e vindas de trabalhadores de suas residências aos locais de trabalho. A maior velocidade dos deslocamentos proporcionada pelo metrô contribui diretamente para o aumento da produtividade desses trabalhadores e, consequentemente, para o melhor desempenho econômico das firmas nas quais estão empregados”, explica Haddad, em reportagem da Agência Fapesp.

Para quantificar o impacto econômico do sistema metroviário paulistano, os pesquisadores utilizaram o conceito de “tamanho efetivo de mercado de trabalho”. Essa grandeza é definida pelo número de empregos que, a partir de seu local de residência, um trabalhador pode alcançar em determinado intervalo de tempo.

Quanto maior o “tamanho efetivo de mercado de trabalho”, maior a oferta de empregos para o referido trabalhador e maior a sua disponibilidade para trabalhar nas firmas possíveis de alcançar no intervalo de tempo considerado.

“Mercados maiores e mais densos tendem a pagar salários melhores por efeito da concorrência entre as firmas. É o que chamamos de ‘economia de aglomeração’. E o tamanho e a densidade do mercado dependem, obviamente, da infraestrutura de transportes, entre outros fatores. Esses foram os princípios que orientaram a captação dos microdados, posteriormente integrados no sistema como um todo”, afirma Haddad.

Os principais pontos do trabalho serão apresentados na sexta-feira, dia 7, na FEA. A pesquisa recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do CNPq no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT Clima).