O sistema é inédito. Desenvolvido pelos pesquisadores da Escola Politécnica de São Paulo, Wilhelmus Van Noije e Silvio Barbin, o localizador visual ou sonoro permite que objetos de um estoque conversem - via ondas de rádio - com os responsáveis em encontrar uma determinada peça. Ela pode ser um carro estacionado no pátio ou um contêiner em uma galpão de uma transportadora.
Segundo Van Noije existem também outras aplicações para o sistema de localização. Um hospital muito grande também pode equipar tuas macas com o sistema. Será fácil localizá-la e enviar mensagens para o enfermeiro que acompanha o paciente. O professor explica que, como o sistema permite que seja acoplado um display a ele, mensagens do tipo leve o paciente para o centro cirúrgico no quinto andar poderão ser lidas pela pessoa do hospital que acompanha a maca.
Do ponto de vista eletrônico - o novo equipamento foi desenvolvido no Departamento de Engenharia Eletrônica da Poli - o localizador sonoro ou visual é bastante semelhante ao conhecido sistema de pager usado para estabelecer a comunicação entre pessoas.
No caso do sistema da Poli, a diferença está no receptor da mensagem. Os carros, por exemplo, antes de entrarem no pátio de uma concessionária serio equipados com o sistema de localização. Quando a mensagem for acionada pelo controlador do estoque e o banco de dados encontrar o carro com aquelas determinadas características procuradas, o veículo emitirá um som ou então uma luz, dependendo da opção escolhida anteriormente.
O alcance do equipamento é de 10 quilômetros. Mas como ele utiliza os mesmos protocolos de domínio público de um pager comercial, a extensão desta distância depende também da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O sistema opera na faixa de 450 megahertz na banda de freqüência ultra alta (UHF).
Segundo o professor Van Noije o novo localizador poderá ser usado também na agricultura e no controle ambiental. Desligar aparelhos de ar-condicionado a distância e acionar aparelhos de irrigação são duas outras aplicações do sistema de localização visual e ou sonoro de objetos fixos ou em movimento. Motoristas que estejam com os seus caminhões estacionados no pátio esperando para descarregar também poderão ser avisados por este sistema. Para isso, eles terão que receber o receptor assim que entrar na companhia.
O próximo passo dos pesquisadores agora é viabilizar um acordo com uma empresa para produzir o equipamento em larga escala. O sistema está pronto. Estamos agora fazendo pequenos testes para baratear ao máximo o custo do equipamento, explica o professor e coordenador da pesquisa.
Além da unidade da USP, a empresa Microline Multiplexadores de R.F. Ltda também participou do projeto. Parte do dinheiro usado na pesquisa, R$ 55.9 mil, foi Financiada pela Fundação de Apoio e Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A Microline, que também tem direito à propriedade sobre o localizador, como a Poli, investiu R$ 37,5 mil na pesquisa. Apesar do envolvimento da Microline no projeto desenvolvido pela Poli, qualquer empresa poderá se interessar em produzir o localizador.
Para conseguir viabilizar o financiamento da Fapesp, a Microline e a Poli utilizaram o programa de parceria para Inovação Tecnológica, que a entidade paulista desenvolve. O acordo entre Poli/USP, Microline e Fapesp começou há dois anos.
Notícia
Gazeta Mercantil