O Grupo Ouro Fino recebeu R$ 16,5 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para a construção de laboratórios para o desenvolvimento e testes de vacinas contra a febre aftosa, doença contagiosa que ataca principalmente o gado bovino. O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no ano passado e as obras foram iniciadas na unidade da empresa em Cravinhos, São Paulo. O investimento total será de R$ 30 milhões e a previsão é de que a comercialização dos primeiros lotes do produto comece em 2008. "O apoio da FINEP é fundamental para o desenvolvimento da base tecnológica do Grupo Ouro Fino", diz o diretor financeiro da empresa, Fábio Lopes.
Atualmente, o estado que mais sofre os efeitos da doença é o Mato Grosso, detentor de 12,7% das cabeças de gado do País. Os principais sintomas são: perda de peso, queda na produção de leite e infertilidade. A mortalidade é de 3% em animais adultos e 50% em jovens.
Para Fabrício Brollo, chefe do departamento de Agronegócios da FINEP, a iniciativa é fundamental para o avanço do setor no País. "As vacinas comercializadas hoje no Brasil têm nível de purificação fora dos padrões de exigência internacionais, o que interfere no resultado final", afirma. Outro problema é com relação ao diagnóstico, obtido através do exame de sangue. "A presença de algumas proteínas na corrente sanguínea do animal dificultam o processo, pois não se consegue diferenciar um animal infectado de um outro que já tenha sido vacinado", acrescenta.
Fundado há 20 anos em Ribeirão Preto, São Paulo, o Grupo Ouro Fino possui uma área específica para a produção de medicamentos para saúde animal: a Ouro Fino Saúde Animal. O Grupo fechou o ano de 2006, com crescimento de 25% no faturamento, resultado superior à média do setor que, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), foi de 7%. Com este desempenho, a empresa conquistou a oitava posição no ranking brasileiro das indústrias do segmento e pretende crescer 35% em 2007.
Com relação ao mercado externo, os números também são animadores. Segundo o diretor de comércio exterior, José Adolfo Trevelin, as exportações da Ouro Fino Saúde Animal cresceram 50% em 2006. Ele destaca a consolidação de investimentos feitos em diversos países das Américas do Sul e Central, como Colômbia, Venezuela e México.
Vencedor do Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica 2005, categoria Grande Empresa, o Grupo entende a inovação como diferencial competitivo e investe no mínimo 5% do que arrecada em pesquisa e desenvolvimento. "Dois produtos importantes do nosso catálogo foram disponibilizados em 2006: o Master LP e o Ractosuin, que contribuíram para o crescimento de 20% das vendas da Ouro Fino Saúde Animal e devem conquistar mais espaço no mercado em 2007", afirma Carlos Henrique Henrique, diretor comercial da empresa.
Outra iniciativa do Grupo que contou com apoio da FINEP, bem como da FAPESP, foi a construção do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Imunobiológicos Veterinários, no Instituto Butantan. Primeira parceria público-privada do setor de medicamentos veterinários do Brasil, o laboratório foi inaugurado em setembro de 2006.