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Notícias Hoje (SP)

Ostras expostas à cocaína no mar sofrem alteração no DNA no litoral de SP, diz estudo (29 notícias)

Publicado em 12 de setembro de 2024

A pesquisa realizada por Andressa dos Santos Barbosa Ortega, orientada pelo professor Camilo Dias Seabra, envolveu a coleta de amostras de ostras em seis pontos da cidade e monitoramento da água e do sedimento (areia) para identificar e quantificar drogas e remédios. A cocaína foi detectada próximo ao bairro Naútica III e nas áreas de influência do Rio Mariana e Rio Santana. Além disso, fármacos como carbamazepina, orfenadrina, losartana e valsartana também foram identificados na água. Na areia, a cocaína foi detectada próximo à foz do Rio Santana, Rio Mariana, Ponte Pênsil, Ilha Porchat e praia do Itararé. A tese teve dois objetivos principais: identificar e quantificar drogas e remédios em amostras ambientais e avaliar os efeitos causados pela benzoilecgonina em ostras.

A exposição à cocaína no mar pode causar alteração no DNA das ostras no litoral de SP. Para o estudo ecotoxicológico, os pesquisadores coletaram ostras em Cananeia e colocaram expostas à benzoilecgonina em aquários. A exposição durou 7 dias e as ostras foram analisadas durante esse período. A coleta de ostras no sistema estuarino de Santos – São Vicente e baía de São Vicente ocorreu em 4 de janeiro de 2022.

A tese também analisou a influência da acidificação oceânica nos efeitos causados pela benzoilecgonina nas ostras. A acidificação dos oceanos pode trazer efeitos nos organismos, como o embranquecimento de corais e a deformação de conchas. Os mexilhões também foram analisados durante as análises químicas e bioquímicas. A cocaína causou alterações no DNA dos mexilhões.

A contaminação por cocaína na baía de Santos tem sido um problema, e os pesquisadores querem saber se as pessoas que consomem esses mariscos podem sofrer algum efeito na saúde. A coleta e análise dos materiais para estudo foram divulgados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).