O impacto das novas tecnologias sobre os negócios pode definir vencedores e perdedores a uma velocidade cada vez mais rápida. A brasileira Business Intelligence Group (BIG), empresa com sede em São Paulo e escritórios no Rio de Janeiro e Miami, nos Estados Unidos, especializou-se em consultoria sobre investimentos em modernização. A companhia tem diversos clientes no Brasil e desenvolve projetos para a área financeira, serviços e indústria de bens de consumo, além de operar na terceirização do gerenciamento de recursos de informática.
Para assessorar os clientes com informações sobre as tendências de mercado, a BIG é parceira da Forrester Research, empresa de pesquisa com sede nos Estados Unidos, que divulga relatórios mensais sobre assuntos como automação bancária, investimentos interativos, PC versus TV, vídeo sob encomenda, uso de assistentes digitais pessoais (PDA), entre outros. Algumas pesquisas são nacionalizadas pela BIG, como a análise sobre o segmento bancário e relação banco-cliente, onde a empresa pesquisou 50 bancos, informa o diretor de tecnologia, Maurício Curi. Outra especialidade da BIG é medir os impactos da modernização na relação consumidor-fornecedor.
No dia 3 1 a empresa promove, juntamente com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, o seminário "Impacto das Tecnologias no Comércio", que vai contar com o especialista John McCarthy, consultor norte-americano, da Forester Research. Outro convidado é Marc Porat (a ser confirmado), presidente da General Magic, fruto da parceria de empresas como a Apple, Motorola, France Télécom, entre outras, para o desenvolvimento e produção de novas tecnologias de computação. Porat vai apresentar a palestra "Magic Link: Interactive Shopping and Consumers - apresentação multimídia". O seminário será no Auditório da Federação do Comércio, em São Paulo.
Entre as palestras, Curi destaca a proferida por John McCarthy, que mostrará novas tecnologias disponíveis para que o comércio chegue mais rápido a seu consumidor. Entre essas tecnologias, destaca o PDA (assistente pessoal digital), equipamento menor que um "notebook" usado como comunicador, unindo telefone celular, pager, e que pode passar e receber fax, receber notícias e ligar-se a redes internacionais como Internet, Compuserve, entre outras. "O potencial desse tipo de sistema no comércio é incrível tanto para a força de vendas que pode usá-lo remotamente quanto para o fornecedor. Um supermercado, por exemplo, pode chegar a centenas de consumidores entrando com sua lista de compras na rede, dando oportunidade de o comprador escolher produtos e pedir entrega no domicílio, através do PDA", explica Curi.
PC VERSUS TV
Uma das pesquisas da Forrester, divulgadas no Brasil pela BIG, foi o relatório "PC ou TV?", onde a companhia faz uma análise sobre qual poderá ser a tecnologia vencedora a médio e longo prazo. Quem vai ganhar a corrida da tecnologia da informação? Segundo a Forrester, essa corrida já foi ganha pelo computador pessoal (PC).
Para chegar a essa conclusão, a empresa pesquisou 25 grandes empresas, entre elas AT&T, Bell Atlantic, Broadband Technologies, Cable Labs, Compaq, Compuserve, Cox, Digital, Fujitsu, General Instruments, GTE, HBO, Intel, Interactive Network, LAN City, Microsoft, Microware, Motorola, nCube, Nynex, Oracle, Pacific Telesis, Prodigy, Scientific-Atlanta, Time Warner Cable, US West, Viacom e Zenith. Baseados em suas pesquisas e análises, o relatório conclui que o PC será o único equipamento viável para receber sistemas interativos dentro de dois a quatro anos.
A pesquisa destaca no entanto que o PC pode levar em torno de dez anos para ser capaz de oferecer todos os serviços de rede requeridos para suportar a televisão interativa. Empresas de produtos de consumo e companhias de serviços, segundo a Forrester Research, devem orientar seus esforços em direção ao PC se querem fazer negócios dentro da superestrada da informação.
A pesquisa esclarece por que a TV não será adequada para os novos tempos de serviços digitais, apesar de ser um equipamento de massa, fácil de usar. Na análise da Forrester, a tecnologia de redes necessária para interligar todos os lares, além da necessidade de codificadores (set up boxes), é muito cara se comparada à infra-estrutura de redes que o PC já oferece. Ao mesmo tempo, ano a ano o PC tem registrado queda de 20% em seus preços, tornando-o cada vez mais acessível ao usuário doméstico. Seu desenvolvimento para tornar-se mais acessível ao público em geral ainda levaria muitos anos. Para a Forrester, a indústria que atua no setor de televisões deixou de investir no desenvolvimento dessa tecnologia, dispersando-se em outras oportunidades de negócios.
O fato de o PC já oferecer redes "on-line" e sistemas interativos, como compras, "home banking", disponibilidade de informações através de CD-ROM, entre outros serviços, e a TV ainda estar engatinhando no setor, faz com que o micro ganhe aí muitos pontos de vantagem. Segundo a pesquisa, os sistemas "on line" já permitem a comunicação interativa, o que ainda não acontece em massa com a TV. A explosão da Internet e a adesão cada vez mais maciça de empresas que querem fazer negócios pela rede, segundo a pesquisa, é uma tendência que reforça o papel do PC nesse novo mundo.
Notícia
Gazeta Mercantil