Parece mentira, mas é difícil achar um ambulatório nesta cidade. No Centro, então, é um desastre. Outrora, eram facilmente encontráveis. As farmácias aplicam injeções e é só. Para fazer um curativo, por exemplo, nem nas emergências dos hospitais. Por óbvio, nem no HPS. No Centro de Saúde Modelo, da Jerônimo de Ornelas, precisa estar cadastrado em posto de saúde. Sabe-se lá qual a lógica disso.
Temos hospitais com equipamentos de última geração, ressonância magnética, tomografia que fatiam até sua unha encravada, medicina nuclear de primeiro mundo. Mas para fazer um simples curativo em um machucado por queda ou qualquer outro ferimento leve, precisa bater perna para, quem sabe, achar um ambulatório em algum bairro afastado em que eles aindam não foram extintos.
É O PROGRESSO
Em praticamente todas as profissões liberais, a especialização cada vez mais afunilada é uma constante em evolução. Nichos de mercado, dizem. Só que é o nicho do nicho do nicho. É preciso foco, repetem monotonamente. Então fica claro porque desapareceram os médicos generalistas. Só temos especialistas cada vez mais especializados.
UM PAÍS DENTRO DE UM PAÍS
Não custa repetir que o PIB de São Paulo é equivalente ao da Argentina. Lembro dos tempos em que o faturamento da Rede Globo por unidade da federação era, pela ordem, Rio, o interior de São Paulo e depois a cidade de São Paulo. Suspeito a razão dessa riqueza. Italianos, libaneses, japoneses. Mais não digo porque vão me acusar de preconceituoso. Mas assim é. Há povos mais ou menos empreendedores. Está impresso no DNA
INVESTIMENTO INTERNACIONAL
Falo nisso por um motivo: um consórcio internacional composto por entidades brasileiras e estrangeiras irá construir um radiotelescópio no interior da Paraíba que será usado para procurar traços de elementos como o hidrogênio neutro, parte da busca pela compreensão de mistérios do universo como a matéria escura.
O projeto está sendo financiado pela FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo). A construção começará neste ano, com início das operações previsto para 2022. Empresas de São José dos Campos serão responsáveis pela construção da estrutura, dos receptores e das antenas parabólicas. A operação e testes do equipamento também estarão a cargo dos brasileiros.
Qual outro Estado brasileiro tem essa capacidade financeira? Outros até já tiveram dinheiro, mas hoje gastam tudo na folha de pagamento.
PENSAMENTO DO DIAS
Só os que estão extintos como eu me leem.
« Javier Pascual Salcedo