O navio Orion, que há 16 anos presta serviços de pesquisa para atividade pesqueira da região, deverá ser transformado em um navio-escola a partir do próximo ano. O objetivo é capacitar pesquisadores científicos, além de pescadores artesanais da região para que se tornem profissionais aptos a enfrentar as dificuldades de produção do setor.
A embarcação, de propriedade do Governo do Estado, ficou sucateada por cinco anos, mas já foi totalmente reformada e teve os seus equipamentos substituídos.
A reforma foi feita graças a um convênio firmado em 2000 entre Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, Social Democracia Sindical (SDS) e Fundação Atapesp de Tecnologia Avançada de Estiagem.
Para recuperar a embarcação, a SDS, órgão que trabalha com a qualificação do trabalhador, investiu R$ 700 mil.
Para dar continuidade ao projeto, o secretário da pasta, Antônio Duarte Nogueira Júnior, e os representantes dos dois órgãos assinaram ontem na Cidade o termo aditivo ao convênio, que permite que a parceria seja prolongada por mais cinco anos. Após a assinatura do documento, que faz parte da agenda do Fórum São Paulo: Governo Presente em Santos, o secretário e representantes dos órgãos fizeram uma visita ao navio.
Segundo o secretário Duarte Nogueira, para colocar o navio-escola em operação, o Estado buscará recursos no Governo Federal e ajuda no Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em universidades públicas e privadas e em institutos de oceanografia.
CURSO
A iniciativa de transformar a embarcação em um navio-escola visa atender a um antigo pedido dos profissionais que sobrevivem da pesca na região. A intenção é de que o curso seja gratuito. Conforme a Fundação Atapesp, entidade que manterá o curso, até agora cerca de 3.100 pescadores artesanais da Baixada Santista já estão cadastrados para participar do projeto.
Além de aulas teóricas e práticas em terra, os alunos passarão um período de 10 dias a bordo do navio Orion. Durante o curso, os profissionais aprenderão a trabalhar com as tecnologias disponíveis no setor, conhecer o mercado da pesca, formar preços, além de obter o pescado respeitando as normas do meio ambiente.
Na visão do presidente da SDS, Enilson Simões de Moura, a pesca é um setor da economia que demanda mais trabalho de tecnologia, além de cada vez mais os profissionais precisarem respeitar as normas de meio ambiente. "Não adianta nada pescar e não ganhar dinheiro".
Para Moura, mesmo com a criação da Secretaria Nacional de Pesca e Aquicultura, até agora, nada mudou na vida dos pescadores. "Hoje a qualidade de vida do pescador é muito precária".
O NAVIO
Com 23 metros de comprimento e três de largura, o barco tem capacidade para 17 pessoas, sendo 6 da tripulação e 11 alunos. Segundo o diretor-presidente da Fundação Atapesp, Renato Teixeira Pinto, a embarcação pode transportar 120 toneladas brutas. "Sendo 60 toneladas só de peixe".
Conforme Teixeira Pinto, o barco também será equipado com armadilhas para a pesca de polvo e linha espinhel para a pesca de Meca, agulhão, atum, entre outros tipos de peixe, a 180 a 200 metros de profundidade.
Notícia
A Tribuna (Santos, SP)